"Toda a gente acreditava que o Papa era um grande santo"

Foi há um ano que João Paulo II foi proclamado Beato. Roma encheu-se de peregrinos, entre os quais milhares de polacos e muitos jovens que durante grande parte da sua vida apenas tinham conhecido um Papa - o próprio João Paulo II.

Aproveitando o feriado de 1 de Maio de 2011, Francisco Moraes partiu de Lisboa, sozinho, para marcar presença na Praça de São Pedro. À chegada a Roma, viu-se no meio de uma multidão que muito o impressionou.

“Uma multidão incontável preenchia as avenidas todas e, mais ou menos a partir das 19h00 do dia anterior, não arredou pé. Tivemos ali a noite inteira de pé, tipo sardinhas em lata, e dávamos pequenos passinhos durante a noite, à medida que abriam as cancelas que estavam postas nas diversas ruas”, recorda o jovem bancário de Lisboa.

Uma multidão que, considera Francisco, poderia ter representado algum perigo noutro contexto. “Lembro-me de ter pensado que se fosse outro evento qualquer, como um jogo de futebol, ou um concerto, certamente não correria com a alegria, a expectativa e a unidade com que correu essa noite, com as mais diversas pessoas, a levar encontrões de todo o lado, mas sempre com um grande sorriso e uma grande expectativa.”

Na manhã seguinte, já na Praça de São Pedro, Francisco Moraes assistiu à beatificação, um momento que nunca duvidou que aconteceria: “Acho que toda a gente acreditava que o Papa era um grande santo e que iria mais tarde ou mais cedo ser beatificado. Era um homem que se via que em tudo seguia Jesus e que levava Jesus a todos”.

Francisco Moraes não tem dúvidas numa eventual canonização e acha que o actual Papa o deseja também: “Acho que Bento XVI gostaria muito de ser ele a canonizá-lo, mas isso seguirá agora os seus trâmites”.

Segundo a Santa Sé, o processo aguarda agora a confirmação de um segundo milagre que permita elevar João Paulo II ao grau de santidade.