04 abr, 2012 • Ângela Roque
"Há cerca de 200 milhões de cristãos que são perseguidos anualmente e de cinco em cinco minutos morre um cristão por causa da sua fé. A situação é dramática no mundo e nós assistimos a um agudizar das situações”, sublinhou esta terça-feira Catarina Martins, directora nacional da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, na Edição da Noite na Renascença.
Um dos casos mais graves de perseguição atinge neste momento a minoria cristã na Síria. Num país em revolução, a pressão dos militantes islâmicos já levou mais de mais de 50 mil cristãos a fugir para o Líbano.
“Esta Primavera Árabe está a provocar muitas alterações políticas nestes países e, de facto, os cristãos têm sido vítimas, uma vez que está a haver uma passagem de regimes ditatoriais para ditaduras religiosas”, diz a directora da fundação.
“Na Síria é preocupante. Era um país onde se podia fazer a passagem para o Ocidente. Neste momento não é um local onde os cristãos possam estar seguros.”
Catarina Martins sublinha a generosidade dos portugueses que aderem habitualmente às campanhas lançadas. Para apoiar os refugiados sírios, a Ajuda à Igreja que Sofre enviou nos últimos dias alimentos e tendas no valor de 80 mil euros.
"São situações de emergência, de pessoas que vivem sem dignidade, já perderam familiares e é necessário apoiá-los em pequenas coisas para dignificá-los no dia-a-dia”, refere.
A Fundação AIS, que depende da Santa Sé, apoia as comunidades cristãs em dificuldade. A prioridade é a formação de sacerdotes e a reconstrução de igrejas, como aconteceu recentemente com o México e Cuba onde o Papa esteve. Às vezes, como é o caso agora na Síria, é mesmo preciso ajudar com bens de primeira necessidade.
Nesta debate, além das situações mais graves dos países onde se deu a chamada Primavera Árabe, também se falou da discriminação que atinge os cristãos na Europa.