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Desde a revolução que França não tinha tão poucos seminaristas

12 mar, 2012

Já em Inglaterra, o número de pessoas que se formam para o sacerdócio bateu recordes das últimas décadas.

Desde a revolução que França não tinha tão poucos seminaristas
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Existem cerca de 710 seminaristas em França neste momento, revelou um inquérito promovido pela Conferência Episcopal daquele país. Trata-se do número mais baixo desde os tempos da Revolução Francesa, em que a Igreja Católica foi duramente perseguida.

Os 710 homens que se preparam para o sacerdócio representam uma diminuição de 3% desde o ano passado e confirmam uma tendência decrescente que se tem mantido desde o Concílio Vaticano II e que já chegou a cerca de 85%.

Em 1966 havia 4,536 seminaristas, mas em 1975 esse número já tinha baixado para 1,297. Em 1996 registou-se uma nova redução para 1,203 e em 2005 já tinha baixado dos mil, registando 784 candidatos ao sacerdócio.

Como curiosidade revela-se que 15% dos seminaristas franceses são oriundos de famílias tradicionalistas, que frequentam sobretudo celebrações segundo o rito tridentino. Estas famílias são 5% dos católicos praticantes em França, o que mostra uma desproporção em relação ao número de candidatos ao sacerdócio que geram.

Os dados apresentados neste inquérito reflectem uma tendência geral ao longo dos últimos anos no mundo ocidental. Números revelados agora pelo anuário pontifício mostram que o número de seminaristas tem diminuído cerca de 10% na Europa ao longo dos últimos cinco anos. O América, incluindo Norte e Sul, teve uma diminuição menor, de apenas 1,1%.

Contudo, estes números são contrariados por um aumento global de cerca de 4%, motivado por um crescimento das vocações em África, de cerca de 14%, na Ásia, 13% e na Oceânia, de mais de 12%.

Em Inglaterra e no País de Gales, curiosamente, o sentido tem sido o contrário ao resto da Europa. O número de seminaristas chegou este ano aos 200, no total, batendo os recordes das últimas duas décadas.

Uma análise mais aprofundada destes números demonstra que um em cada dez destes seminaristas não foi educado na Igreja Católica.