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D. Manuel Monteiro de Castro torna-se Cardeal-diácono

18 fev, 2012

Portugal tem agora um representante em cada um dos três graus do colégio cardinalício. Veja aqui a entrevista ao novo cardeal português.

D. Manuel Monteiro de Castro torna-se Cardeal-diácono
Em entrevista à Renascença, D. Manuel Monteiro de Castro sublinhou, emocionado, o papel da família, sobretudo da mãe, para o seu percurso ao serviço da Igreja. O novo cardeal admitiu ter ficado surpreendido com a nomeação do papa.

D. Manuel Monteiro de Castro foi criado cardeal numa cerimónia que decorre esta manhã em Roma. Bento XVI conferiu o cargo a 22 homens, a maioria dos quais bispos, entregando-lhes um anel e um barrete cardinalício, bem como um novo título.

O título diz sempre respeito a uma igreja ou basílica da cidade de Roma e representa uma ligação especial ao Papa e ao seu ministério, como explicou Bento XVI na cerimónia: “Através da atribuição do título duma igreja desta Cidade [de Roma] ou duma diocese suburbicária, os novos Cardeais ficam, para todos os efeitos, inseridos na Igreja de Roma guiada pelo Sucessor de Pedro, para cooperar estreitamente com ele no governo da Igreja universal.”

A D. Manuel Monteiro de Castro foi atribuída o diaconato de São Domingos de Gusmão. Assim, o novo cardeal português entra na ordem dos Cardeais-diáconos, no colégio episcopal.

Curiosamente, Portugal fica assim representado nas três ordens. D. José Saraiva Martins é Cardeal-bispo, D. José Policarpo é Cardeal-presbítero e agora D. Manuel Monteiro de Castro é Cardeal-diácono.

O significado destas três ordens foi explicado à Renascença por D. José Policarpo: “Desde sempre o sucessor de Pedro se reuniu com conselheiros para o exercício da sua função. Um dos colégios mais prestigiados foi o dos bispos suburbicários e dos párocos de Roma, com uma representação dos diáconos, que tinham importância nas igrejas locais. O cardeais-presbíteros, como é o meu caso, são mais numerosos porque na altura os párocos de Roma eram os mais numerosos”, explica.

Entre as funções mais mediáticas dos cardeais está sem dúvida a responsabilidade de eleger um novo Papa. Nos conclaves apenas podem participar os cardeais com menos de 80 anos, neste momento Portugal conta com dois cardeais eleitores, uma vez que D. José Saraiva Martins completou o seu 80º aniversário em Janeiro deste ano.