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Bispos americanos rejeitam nova proposta de Obama

13 fev, 2012 • Filipe d'Avillez

Decreto que garante cobertura de serviços contraceptivos e abortivos a todos os funcionários é imoral e ilegal, alegam bispos.

Bispos americanos rejeitam nova proposta de Obama
Os bispos americanos receberam com cepticismo a alteração proposta por Barack Obama ao decreto que obriga todas as empresas a incluir a cobertura de serviços contraceptivos e abortivos nos seguros de saúde que oferecem aos seus funcionários.

A medida faz parte da reforma do sistema de saúde, uma das bandeiras da presidência de Obama e, numa primeira forma, não isentava organizações religiosas como hospitais ou universidades que poderiam ter objecções de consciência ao financiamento desses serviços.

Perante um firme campanha de oposição, liderada pelos bispos católicos dos Estados Unidos, Obama anunciou na sexta-feira uma cedência. Ao abrigo do novo plano os serviços manter-se-iam mas, no caso de objecção de consciência por parte do empregador, seriam financiados pela seguradora.

Na mesma sexta-feira os bispos emitiram um comunicado em que dizem que o decreto mantém aspectos inaceitáveis: “Notamos imediatamente a falta de protecção clara para alguns intervenientes chave – para empregadores religiosos auto-segurados; para empregadores religiosos e seculares com fins lucrativos; para seguradoras religiosas e para indivíduos”. Os bispos dizem que a proposta é “inaceitável e deve ser corrigida”.

A Conferência Episcopal considera ainda que a obrigação de fornecer serviços contraceptivos, a que a administração de Obama chama “serviços preventivos”, “não tem base legal e constitui uma grave preocupação moral”.

“Todos os outros ‘serviços preventivos’ previnem doenças”, recordam os bispos, “e a gravidez não é uma doença”.

No documento pode ler-se ainda a consideração dos bispos de que “a proposta de hoje continua a envolver uma ingerência desnecessária do Governo nas instituições religiosas”.

Contudo, o bispos não parecem depositar muita confiança numa nova alteração de posição de Obama uma vez que garantem que vão continuar a combater a lei actual “através dos outros dois ramos do Governo”, a saber o Congresso e o ramo judicial.