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Estados Unidos

Ortodoxos juntam-se a católicos no protesto contra Obama

03 fev, 2012 • Filipe d'Avillez

Em causa a obrigação de financiar serviços contraceptivos e abortivos que a administração quer impor às instituições religiosas.

Ortodoxos juntam-se a católicos no protesto contra Obama
Os 65 bispos ortodoxos da América do Norte e Central juntaram as suas vozes aos mais de 140 bispos católicos que já se manifestaram publicamente contra a medida da Casa Branca que pretende que instituições religiosas financiem serviços contraceptivos e, eventualmente, abortivos nos planos de saúde dos seus funcionários.

A medida faz parte de “Obama Care”, a reforma do sistema de saúde que tem sido até agora a principal conquista do mandato de Barack Obama. A lei prevê que todas as instituições do país forneçam seguros de saúde para os seus funcionários, e que esses seguros incluam a cobertura de meios contraceptivos e potencialmente abortivos, como o caso da pílula do dia seguinte.

Algumas organizações religiosas, sobretudo a Igreja Católica, pediram uma isenção a esse respeito, invocando a liberdade religiosa. Mas a administração de Barack Obama negou esse pedido e apenas dá mais um ano às instituições religiosas do que às restantes para aplicar a lei.

Aos mais de 140 bispos católicos que até agora já levantaram publicamente a voz contra esta posição, juntam-se agora os 65 bispos ortodoxos da América num manifesto conjunto.

“A Assembleia de Bispos Ortodoxos Canónicos da América Central e do Norte junta a sua voz à Conferência Episcopal de Bispos Católicos dos Estados Unidos e à de todos os que protestam vigorosamente contra o Departamento de Saúde dos Estados Unidos, pedindo a todos os fiéis ortodoxos que contactem os seus representantes eleitos hoje mesmo, manifestando a sua preocupação face a esta ameaça à consciência sagrada das igrejas”, pode ler-se no manifesto.

Os bispos ortodoxos invocam a primeira emenda da constituição, que garante o livre exercício da religião, contra esta medida: “Esta liberdade é violada quando uma instituição religiosa é obrigada a financiar ‘serviços contraceptivos’, incluindo medicamentos abortivos e serviços de esterilização que violam directamente as suas convicções religiosas”, reclamam os bispos.

Os bispos representados por esta Assembleia pertencem a uma série de diferentes igrejas ortodoxas autocéfalas da Comunhão Ortodoxa, a segunda maior comunhão cristã do mundo. Não estão representados bispos de Igrejas Ortodoxas pré-calcedónias, como os das Igrejas arménias, coptas ou etíopes, nem da grande quantidade de denominações que se reclamam ortodoxas mas não são reconhecidas como tal pelo resto da comunhão.