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Secularistas dizem-se discriminados pela União Europeia

02 fev, 2012

Líder de movimento ateísta diz que as instituições europeias não deviam dialogar com religiões, que são “organizações essencialmente antidemocráticas”.

Secularistas dizem-se discriminados pela União Europeia
A Federação Humanista da Europa (FHE) queixa-se de discriminação por parte das instituições da União Europeia.

Numa entrevista à ENInews o líder da FHE diz que os representantes da União Europeia não deviam dialogar com as organizações religiosas, que são “essencialmente antidemocráticas” e referiu-se especificamente à Igreja Católica.

“Ao dialogar com a Igreja Católica estão a dar uma posição privilegiada nos órgãos da União Europeia a uma entidade que não representa os seus membros e que defende posições que ficam muito à margem da opinião geral dos europeus”, queixou-se David Pollock.

Pollock falava antes da primeira sessão de diálogo entre a sua organização e a Comissão Europeia. Os encontros entre a Comissão e representantes de organizações religiosas e secularistas estão previstos no Tratado de Lisboa.

Pollock explicou que iria aproveitar o encontro para denunciar a forma como os cidadãos não religiosos são “tratados como inferiores e pecadores”, a quem são negados serviços e empregos.

De acordo com o Tratado de Lisboa representantes da União Europeia encontram-se anualmente com representantes das diferentes religiões presentes na União Europeia, nomeadamente católicos, protestantes, ortodoxos, judeus e muçulmanos.

Citada pela ENInews, uma porta-voz da COMECE, Comissão das Conferências Episcopais Europeias, explica que os direitos são iguais para religiosos e ateus: “Temos as mesmas oportunidades para promover as nossas ideias que os humanistas. A diferença é que nós usamos este instrumento para promover um diálogo útil e temos algo para dizer em relação aos desafios enfrentados pela união”, explica Johanna Touzel.