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Vergonha de confessar-se é uma graça, diz o Papa Francisco

02 ago, 2015 • Filipe d’Avillez

O dia 2 de Agosto é o dia do Perdão de Assis e os fiéis podem obter indulgência plenária, recordou o Papa.  

Vergonha de confessar-se é uma graça, diz o Papa Francisco
“Há pessoas que tem medo de se aproximar da confissão. Lá não encontramos um juiz severo, mas um pai imensamente misericordioso”, disse Francisco, durante o Angelus no Vaticano, recordando que este domingo, dia 2 de Agosto, se assinala a indulgência da Porciúncula, ligada a São Francisco de Assis.
O Papa Francisco disse esta manhã em Roma que a vergonha que as pessoas sentem quando se vão confessar não só é normal, como é uma graça.

“Há pessoas que tem medo de se aproximar da confissão. Lá não encontramos um juiz severo, mas um pai imensamente misericordioso”, disse Francisco, recordando que este domingo, dia dois de Agosto, se assinala a indulgência da Porciúncula, ligada a São Francisco de Assis.

“É verdade que quando nos confessamos sentimos alguma vergonha, isso acontece a todos – a todos nós – mas devemos recordar-nos que também esta vergonha é uma graça que nos prepara para o abraço do Pai que sempre nos perdoa, que sempre perdoa tudo”, afirmou o Papa, no final da oração do Ângelus, na praça de São Pedro em Roma.

Segundo a tradição franciscana, São Francisco de Assis estava um dia a rezar na pequena capela da Porciúncula, em Assis, quando Jesus lhe apareceu e perguntou o que é que ele queria para a salvação das almas. O santo respondeu que todos os que fossem rezar a essa igreja, arrependidos e confessados, obtivessem um “generoso perdão”.

A indulgência da Porciúncula foi confirmada por sucessivos papas e alargada. Actualmente, estende-se a todos aqueles que, no dia 2 de Agosto, visitem uma igreja católica, rezem um Pai Nosso e o Credo e reúnam as demais condições para obtenção de indulgências plenárias, isto é, estarem confessados, comungarem e rezarem pelas intenções do Papa.

A teologia católica ensina que o pecado deixa duas marcas na alma do penitente, a culpa e a mancha, da mesma forma como uma agressão a outra pessoa envolve a culpa do agressor e a ferida do agredido. A confissão sacramental liberta o pecador da culpa, mas a mancha – neste caso a mancha na própria alma – perdura. Da mesma forma, uma pessoa agredida pode perdoar o seu agressor, mas a ferida permanece e tem de ser curada.

Estas manchas na alma devem ser limpas antes de se entrar no Céu, o que acontece segundo a tradição católica no purgatório. As indulgências, plenárias ou parciais, servem precisamente para remover essas manchas da alma, recorrendo para isso às graças de Jesus, de que a Igreja é fiel depositária.