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Ex-pároco da Golegã apresenta versão diferente sobre alegados abusos

19 jan, 2015

Defesa afirma que o arguido"sempre foi cidadão e profissional exemplar", sublinhando que, na altura, sofria de depressão e era seguido por um médico especialista.

O ex-pároco da Golegã acusado da prática de dois crimes agravados de abuso sexual de criança diz-se "agastado" e apresentou ao tribunal a sua versão dos factos, "não integralmente coincidente" com a acusação, disse o seu mandatário.

Rui Rodrigues, advogado de António Santos, disse aos jornalistas nesta segunda-feira que o arguido deu a sua versão dos factos na audiência de hoje de manhã e que esta "não é integralmente coincidente" com a acusação do Ministério Público, fundamentalmente em relação a "pormenores e à intenção que lhe é atribuída".

O julgamento decorre no Tribunal Judicial de Santarém, para onde transitou o processo iniciado na então comarca da Golegã, realizando-se à porta fechada dada a natureza dos crimes de que o padre é acusado.

O advogado adiantou que o padre se encontra "agastado e preocupado", tendo em conta que o caso se reporta a duas crianças de uma comunidade na qual estava integrado.

Segundo a acusação do Ministério Público, consultada pela agência Lusa, o padre António Santos terá abusado sexualmente de duas menores, de 14 e 13 anos à altura dos factos, a primeira durante um acampamento realizado no final de Outubro de 2013 em Lapas, no concelho de Torres Novas, e a segunda durante uma visita à Feira da Golegã no início de Novembro do mesmo ano.

A defesa afirma que António Santos "sempre foi cidadão e profissional exemplar", sublinhando que, na altura, sofria de depressão e era seguido por um médico especialista.

Constituído arguido em 16 de Dezembro de 2013, o padre teve como medidas de coacção o pagamento de uma caução de 3.500 euros, a entrega do passaporte e o impedimento de sair da sua área de residência e de se aproximar de menores.

A diocese de Santarém abriu um "processo canónico de averiguações a propósito de suspeitas" sobre o pároco, que foi suspenso das suas funções nas paróquias onde exercia (Golegã, Azinhaga e Pombalinho), mas não ficou privado da actividade sacerdotal, tendo continuado a concelebrar em algumas celebrações públicas.

Os crimes de que é acusado podem ser puníveis, cada um, com pena de prisão de um ano e quatro meses a 10 anos e oito meses e proibição de actividade que implique ter menores a seu cargo por certo período temporal.