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Papa diz que "não se pode provocar", nem "insultar a fé dos outros"

15 jan, 2015 • Aura Miguel, enviada especial ao Sri Lanka e Filipinas

As liberdades religiosa e de expressão são direitos fundamentais, mas também há deveres, defende Francisco.

Papa diz que "não se pode provocar", nem "insultar a fé dos outros"
Esta quinta-feira o Papa voltou a condenar com veemência os atentados em França onde morreram 17 pessoas. Papa defende que a liberdade religiosa e de expressão são direitos fundamentais, mas também há deveres.

O Papa diz que "não se pode provocar", nem "insultar a fé dos outros". Francisco critica a "aberração" que é matar "em nome de Deus", mas avisa: "Não se pode gozar com a fé".

"Há tanta gente que diz mal das outras religiões, gente que provoca, mas há limites. Na liberdade de expressão, há limites", frisou Francisco numa conversa com os jornalistas, durante a viagem de avião entre o Sri Lanka e as Filipinas.

"A liberdade religiosa e a liberdade de expressão são ambas direitos humanos fundamentais", acrescentou. "Cada um tem, não só a liberdade e o direito, mas a obrigação de dizer aquilo que pensa, para ajudar o bem comum, mas sem ofender".

"A liberdade religiosa e a liberdade de expressão são ambas direitos humanos fundamentais. Cada um tem o direito de praticar a própria religião sem ofender. Livremente", disse.

O Papa voltou a condenar os atentados em França, onde morreram 17 pessoas e três suspeitos de terrorismo.

"Vejamos Paris. Falemos claro: acontece agora, mas sempre aconteceu. Pensemos na nossa história e em quantas guerras de religião já tivemos. E isto é uma aberração. Matar em nome de Deus é uma aberração", afirmou.

"Não se pode ofender, fazer guerra e matar em nome da própria religião, ou seja, em nome de Deus", salientou o Papa, que iniciou esta quinta-feira uma visita de três dias às Filipinas.

As elites ideológicas
Francisco disse, também, “há pequenos grupos de fundamentalistas, mas não são um povo. São elites ideológicas".

Os terroristas que se fazem explodir são pessoas desequilibradas do ponto de vista humano, afirmou.

"Alguma coisa não está bem naquela pessoa que não é equilibrada sobre o sentido da sua própria vida e da vida dos outros. Dá a vida, mas não a dá bem. Há tanta gente que trabalha. Pensemos nos missionários, por exemplo, que dão a vida para construir, enquanto aqui dá-se a vida para destruir. Alguma coisa não está certa", concluiu Francisco.

[Notícia actualizada às 20h07]