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França procura suspeitos do ataque a jornal satírico

07 jan, 2015

Ministro do Interior francês confirma que o nível de alerta de segurança foi elevado, para o escalão máximo de "atentado terrorista", após o ataque ao jornal "Charlie Hebdo".

França procura suspeitos do ataque a jornal satírico
O ministro da Administração Interna francês garantiu que “todos os meios do Ministério do Interior e da Justiça foram mobilizados” para encontrar os três autores do ataque desta, quarta-feira, contra jornal satírico “Charlie Hebdo”.

“[Todos os meios estão a ser utilizados] para garantir que conseguimos identificar e deter os três atacantes o mais rápido possível. Para que possam ser punidos com a severidade que os seus actos bárbaros merecem”, disse Bernard Cazeneuve numa declaração aos jornalistas à porta do Palácio do Eliseu, em Paris, após uma reunião de crise. 

O ministro também dez um balanço actualizado do número de vítimas: 12 mortos e oito feridos, quatro em estado grave. O ataque ainda não foi reivindicado.

O director e cartoonista do "Charlie Hebdo", Stéphane Charbonnier, está entre os mortos, assim como outros famosos caricaturistas Cabu (Jean Cabut), autor das caricaturas de Maomé, Georges Wolinski e Tignous (Bernard Verlhac). 

Advogado garante publicação
Pouco depois do atentado, em declarações citadas pelo jornal francês "Libération", o advogado do "Charlie Hebdo", Richard Malka, disse: "A nossa vida nunca mais vai ser a mesmo depois deste dia".

E depois apelou: "Não tenho palavras. Ajudem-nos! Ajudem-nos a que continuemos a ser capaz de rir. Não deixemos que o silêncio se instale para que o medo não se instale também."
 
"Devemos ser capaz de lutar com as armas da democracia: o riso, a solidariedade, as palavras. Não se deixem impressionar", acrescentou.

Para no fim, deixar uma certeza: "O Charlie será lançado quarta-feira. Juro".

Durante toda esta quarta-feira, o site do jornal satírico foi suspenso com uma imagem a negro onde se lê: "Je suis Charlie" [Eu sou Charlie].
  
França em alerta máximo
O ministro da Administração Interna confirmou que o nível de alerta de segurança “Vigipirate” foi elevado para o escalão máximo de "atentado terrorista" para toda a região de Paris. No âmbito desse plano, governante disse ainda que pediu a todos os autarcas que aumentassem a segurança em "todas as estações, transportes e locais de culto" e pediu a mobilização da polícia, polícia civil e militar.

Já segundo o jornal "Le Figaro" todas as redacções de órgãos de comunicação em Paris vão ter protecção policial extra.

O FBI está trabalhar em conjunto com as forças policiais francesas nas operações de busca pelos responsáveis do ataque, segundo o director da agência norte-americana, James Comey.

O carro utilizado pelos suspeitos já foi encontrado e está a ser analisado por elementos da polícia científica de Paris.

Segundo testemunhas, os autores do atentado estavam armados com metralhadoras Kalashnikov e um lança-rockets, e terão gritado “vingámos o profeta”.

O Conselho Muçulmano de França condenou “o acto bárbaro de extrema gravidade”, que é também “um ataque contra a democracia e a liberdade de imprensa”.

O ataque foi também condenado pelo presidente dos Repórteres Sem Fronteiras que o classificou como um "atentado bárbaro". "É o tipo de coisas que se vêem no Paquistão ou na Somália, mas em França. É um ataque contra a liberdade de expressão, contra as nossas liberdades", disse Christophe Deloire em declarações ao “Le Figaro”.