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Serviço Jesuíta aos Refugiados pede ao Governo que receba mais sírios

05 dez, 2014

Portugal recebeu 165 pedidos de refugiados sírios, ofereceu-se para acolher 23 pessoas e atribuiu 70 bolsas a estudantes sírios.

O Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS) pediu ao Governo que receba mais refugiados sírios em Portugal e emita mais vistos humanitários, lembrando que os países vizinhos da Síria estão a ficar sem capacidade de resposta.

O presidente do JRS lembra que Portugal já recebeu outros refugiados, como o grupo de estudantes sírios que chegou a Portugal em Março para prosseguir os estudos em universidades portuguesas e politécnicos, no âmbito da Plataforma Global de Assistência Académica de Emergência, iniciativa do ex-Presidente da República Jorge Sampaio.

“Estas iniciativas são óptimas, mas não chegam perante este drama humanitário”, lembrou André Costa Jorge em declarações à Renascença.

Segundo o JRS, o apelo vem na sequência de uma carta aberta endereçada aos altos representantes das instituições da União Europeia, enviada por várias organizações não-governamentais, pedindo que a Europa tenha uma resposta mais eficaz em relação à reinstalação dos refugiados sírios.

O organismo lembra que está marcada para dia 9 de Dezembro, véspera do Dia Internacional dos Direitos Humanos, uma reunião em Genebra, na Suíça, onde várias ONG e representantes dos Estados-membros da UE vão discutir a reinstalação e outras formas de admissão dos refugiados sírios.

O JRS pede ao Governo português que faça compromissos significativos nesta conferência, com o objectivo de admitir e reinstalar mais refugiados no seu território, através da oferta de vagas para reinstalação, de um sistema de quotas ou de acordos "ad hoc". Como argumento, lembra que os países vizinhos da Síria, como a Jordânia ou a Turquia, estão a ficar sem capacidade de resposta e que a guerra naquele país já obrigou à fuga de mais de três milhões de pessoas.

Para o Serviço Jesuíta aos Refugiados, as 100 mil vagas pedidas pelo Alto Comissariados das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) como compromisso entre 2015 e 2016 ficam “aquém do expectável”.

Portugal recebeu 165 pedidos de refugiados sírios, ofereceu-se para acolher 23 pessoas e atribuiu 70 bolsas a estudantes sírios, mas não fez qualquer contribuição financeira na sequência do apelo das Nações Unidas para ajudar os refugiados deste país.