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Acabou-se a dança do ventre nas igrejas dos Açores

16 out, 2014

No início da polémica está um espectáculo de "dança oriental" que decorreu, a 30 de Agosto, numa igreja propriedade do Governo Regional e gerida pelo Museu de Angra do Heroísmo.

Acabou-se a dança do ventre nas igrejas dos Açores

O secretário regional da Educação e Cultura dos Açores garantiu aos deputados da região que não se repetirão nas igrejas que pertencem ao Governo açoriano espectáculos de dança do ventre ou semelhantes, como ocorreu em Angra do Heroísmo.

"Na Igreja de Nossa Senhora da Guia não se repetirá um espectáculo semelhante", frisou, estendendo o compromisso a outros locais de culto na posse do executivo açoriano.

Avelino Meneses falava na Comissão de Assuntos Sociais do parlamento dos Açores, no âmbito da discussão de um requerimento do PSD que pedia a verificação do cumprimento do protocolo assinado entre a região autónoma e a Diocese de Angra e da Concordata de 2004, entre a República Portuguesa e a Santa Sé, no que concerne ao relacionamento entre o Museu de Angra do Heroísmo e a diocese açoriana na utilização da Igreja de Nossa Senhora da Guia.

Na origem do pedido está um espectáculo de "dança oriental" que decorreu, a 30 de Agosto, na referida igreja, propriedade do Governo Regional e gerida pelo Museu de Angra do Heroísmo, mas "detida pela Ordem Terceira de São Francisco".

O bispo de Angra e o presidente do Governo Regional já disseram, entretanto, que faltou "bom senso" na organização do espectáculo.

Avelino Meneses reiterou que houve falta de "bom senso" no Museu de Angra do Heroísmo, mas disse não acreditar que se tivesse tratado de uma "provocação" e lembrou que apesar de existir um protocolo e uma concordata, que indicam que todos os eventos realizados na Igreja de Nossa Senhora da Guia carecem de autorização eclesiástica, nunca esse procedimento foi adoptado, sem problemas até à data, porque reinou o bom senso.

Ainda assim, garantiu que a partir de agora o protocolo "vai ser cumprido como nunca aconteceu no passado", mas considerou que seria um "retrocesso civilizacional" se a Igreja de Nossa Senhora da Guia ficasse reservada apenas às manifestações litúrgicas da Ordem Terceira de São Francisco.

Avelino Meneses disse que a Direcção Regional da Cultura decidiu abrir um inquérito, no dia 3 de Outubro, para apurar essas denúncias feitas na comunicação social.