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Estado Islâmico treina crianças para atentados suicidas, diz testemunha

25 set, 2014

A informação surge na edição "online" do jornal inglês “The Telegraph” e parte de um residente da cidade de Raqqa

Estado Islâmico treina crianças para atentados suicidas, diz testemunha
O Estado Islâmico opera campos de treino especiais para crianças e jovens com menos de 16 anos, onde lhes ensina a manusear armas, a matar e a torturar presos e a fazer atentados suicidas.

A informação surge na edição "online" do jornal inglês “The Telegraph” e parte de um residente da cidade de Raqqa, um activista que se identifica como Ibrahim al-Raqqawi e que é apoiante da oposição ao regime, mas opositor ao Estado Islâmico.

Raqqawi diz que se calcula que há cerca de 200 a 300 crianças no campo, que se apresenta como se fosse “uma espécie de associação de escuteiros”.

Alguns dos membros do campo são filhos de combatentes estrangeiros que viajaram para a Síria com as suas famílias, mas nalguns casos as crianças são levadas sem o consentimento dos pais, noutros é dito aos pais que os jovens apenas vão aprender sobre o Islão e ler o Alcorão.

Mas a realidade do que se passa no campo é bem diferente, insiste Raqqawi. Além de aprenderem a manusear material de guerra e instruídos segundo a doutrina extremista do grupo, as crianças recebem uma prova final antes de se “formarem”, sendo obrigadas a torturar ou a matar um preso do Estado Islâmico.

O testemunho de Al-Raqqawi não pode ser confirmada no terreno, uma vez que a cidade de Raqqa está nas mãos do Estado Islâmico, mas é sustentado por fotografias e vídeos, alguns postados por militantes do EI, de crianças com armas e em exercícios militares.

A notícia surge dias depois de os Estados Unidos e aliados árabes terem começado a atacar o Estado Islâmico com raides aéreos em Raqqa e noutros pontos. Na madrugada desta quinta-feira, pelo menos 14 militantes foram mortos em mais um bombardeamento, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.