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“Que Jerusalém seja verdadeiramente a Cidade da Paz!”

26 mai, 2014 • Filipe d’Avillez

Francisco voltou a falar da importância “universal” de Jerusalém, sem pedir, explicitamente, um estatuto especial para a cidade reivindicada como capital por Israel e Palestina.  

“Que Jerusalém seja verdadeiramente a Cidade da Paz!”
O Papa dedicou grande parte do seu discurso ao presidente de Israel, Shimon Peres, à importância da cidade de Jerusalém, considerada sagrada para as três religiões monoteístas. Francisco expressou o seu desejo de que Jerusalém volte a ser aquilo que o seu nome significa: “Que Jerusalém seja verdadeiramente a Cidade da paz!”
O Papa dedicou grande parte do seu discurso ao presidente de Israel, Shimon Peres, à importância da cidade de Jerusalém, considerada sagrada para as três religiões monoteístas. 

Francisco expressou o seu desejo de que Jerusalém volte a ser aquilo que o seu nome significa: “Que Jerusalém seja verdadeiramente a Cidade da paz!”

A cidade de Jerusalém é reivindicada como capital tanto por israelitas como por palestinianos. Aquando da fundação do Estado de Israel a cidade estava dividida, mas durante a guerra dos Seis Dias, em 1967, a parte oriental foi conquistada e está sob controlo do Estado Judaico desde então.

A maior parte da comunidade internacional não reconhece Jerusalém como capital de Israel, porém, e no domingo o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, referiu-se à ocupação de Jerusalém Oriental como uma das queixas do seu povo.

A Santa Sé tem defendido há longos anos uma solução de dois estados soberanos na Terra Santa, bem como um estatuto especial para Jerusalém, eventualmente com soberania partilhada, que garanta o acesso aos lugares santos por parte de fiéis de todas as religiões. Israel, contudo, não tem visto com bons olhos qualquer partilha de soberania e também no domingo o Primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, no seu discurso de boas-vindas ao Papa, realçou o facto de Israel já garantir essa liberdade de acesso aos locais de culto.

Nas palavras que dirigiu a Peres, esta manhã, o Papa referiu estas questões, sem pedir explicitamente qualquer alteração em termos de soberania: “Que resplandeçam plenamente a sua identidade e o seu carácter sagrado, o seu valor religioso e cultural universal, como tesouro para toda a humanidade! Como é belo quando os peregrinos e os residentes podem aceder livremente aos Lugares Santos e participar nas celebrações!”

Pedindo que todos trabalhem para alcançar a concórdia na Terra Santa, o Papa sublinhou a importância do papel que os cristãos podem desempenhar nesta procura: “Os fiéis cristãos desejam, a partir da própria identidade, prestar a sua contribuição para o bem comum e para a construção da paz, como cidadãos de pleno direito que, rejeitando todas as formas de extremismo, se comprometem a ser artífices de reconciliação e concórdia.”

Terminados estes discursos o Papa entrou para uma audiência privada com Benjamin Netanyahu. De seguida foi almoçar com o resto da sua delegação, antes de ir a um encontro com figuras da igreja local na Igreja de Gethsemane.

Francisco regressa a Roma esta noite depois de três dias de peregrinação, que começaram no sábado, na Jordânia.