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Mais que uma celebração, um desafio ecuménico

25 mai, 2014 • Filipe d’Avillez

A Igreja do Santo Sepulcro é o símbolo máximo daquilo que une, mas também que separa os cristãos em todo o mundo.  

Mais que uma celebração, um desafio ecuménico
Cristãos ortodoxos participam na vigília pascal na Igreja do Sagrado Sepulcro, em Jerusalém. EPA/OLIVER WEIKEN.
O Papa Francisco e o Patriarca de Constantinopla, Bartolomeu, encontram-se esta tarde em Jerusalém para uma celebração ecuménica que se realiza na Igreja do Santo Sepulcro.

Se os dois líderes queriam encontrar um espaço que simbolize tudo o que une e o que separa as diversas comunhões cristãs, não podiam ter encontrado um local mais simbólico.

O grande complexo religioso assinala o local onde o corpo de Cristo foi depositado depois de ter sido Crucificado, sendo por isso também o ponto onde decorreu a Ressurreição, o facto fundador do Cristianismo.

A Igreja é, por isso, um local de peregrinação obrigatório para todos os cristãos que vão à Terra Santa.

Mas a Igreja do Santo Sepulcro é simultaneamente um sinal visível das divisões entre as diferentes igrejas cristãs. Ao abrigo de um acordo que data dos tempos do Império Otomano, a custódia da Igreja está a cargo de seis confissões cristãs diferentes. Cada uma tem o seu espaço particular e as áreas comuns são divididas de acordo com horários muito rigorosos e zelosamente cumpridos.

A tensão entre as diferentes comunidades monásticas é palpável e chega frequentemente a vias de facto, com agressões que obrigam à intervenção de militares israelitas para repor a ordem. Gregos e arménios têm sido, nos últimos anos, os mais conflituosos.

Francisco e Bartolomeu esperam certamente que esta celebração ajude a sanar as relações entre as diferentes comunidades cristãs.