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Papa desafia cristãos árabes a construir paz que "não se compra"

24 mai, 2014 • Filipe d’Avillez

Francisco invocou o Espírito Santo, pedindo-lhe que prepare “os corações para o encontro com os irmãos independentemente das diferenças de ideias, língua, cultura, religião”.

Papa desafia cristãos árabes a construir paz que "não se compra"
O Papa Francisco aproveitou a sua primeira homilia nesta peregrinação à Terra Santa, para desafiar os cristãos a serem agentes activos na construção da paz. Partindo do Evangelho em que Jesus diz aos apóstolos que vai enviar o Espírito Santo para os acompanhar, o Santo Padre enfatizou que é com o Espírito Santo que os cristãos se tornam capazes de “amar os irmãos com o mesmo amor com que Deus nos ama”.
O Papa Francisco aproveitou a sua primeira homilia nesta peregrinação à Terra Santa, para desafiar os cristãos a serem agentes activos na construção da paz.

Partindo do Evangelho em que Jesus diz aos apóstolos que vai enviar o Espírito Santo para os acompanhar, o Santo Padre enfatizou que é com o Espírito Santo que os cristãos se tornam capazes de “amar os irmãos com o mesmo amor com que Deus nos ama”.

“Estes gestos são pressuposto e condição para uma paz verdadeira, sólida e duradoura. Peçamos ao Pai que nos unja para nos tornarmos plenamente seus filhos, configurados cada vez mais a Cristo, a fim de nos sentirmos todos irmãos e, assim, afastar de nós rancores e divisões e amar-nos fraternalmente. Isto mesmo nos pediu Jesus no Evangelho.”

Numa região que está dilacerada pelo conflito há décadas, e falando perante muitos cristãos de origem palestiniana, o Papa recordou que a paz exige esforço e sacrifício: “A paz não se pode comprar: é um dom que se deve buscar pacientemente e construir ‘artesanalmente’ através dos pequenos e grandes gestos que formam a nossa vida diária”.

Esta paz radica precisamente na humanidade comum, que se sobrepõe às diferenças, considera o Papa: “Consolida-se o caminho da paz, se reconhecermos que todos temos o mesmo sangue e fazemos parte do género humano; se não nos esquecermos que temos um único Pai celeste e que todos nós somos seus filhos, feitos à sua imagem e semelhança.” 

"Sendas desafiadoras mas fecundas da busca da paz"
Na sua homilia, o Papa saudou de forma especial os refugiados da Síria do Iraque e da Palestina, pedindo-lhes que levem às suas famílias a sua saudação e a sua solidariedade.

No final o Papa voltou a invocar o Espírito Santo sobre todos os presentes: “O Espírito Santo desceu sobre Jesus no Jordão e deu início à sua obra de redenção para libertar o mundo do pecado e da morte. A Ele pedimos que prepare os nossos corações para o encontro com os irmãos independentemente das diferenças de ideias, língua, cultura, religião”.

“Que nos envie, com humildade e mansidão, pelas sendas desafiadoras mas fecundas da busca da paz.”

A primeira missa do Papa na Terra Santa decorreu num ambiente de grande festa, num estádio repleto de fiéis, de várias origens. Esta tarde o Papa vai ainda ao local onde Jesus foi baptizado e encontra-se com refugiados a viver na Jordânia.

A peregrinação continua no domingo com a ida para a Palestina e para Israel e termina segunda-feira, com o regresso a Roma.