06 mai, 2014
Os cardeais e bispos da Congregação para a Causa dos Santos aprovaram, esta terça-feira, por unanimidade, o milagre atribuído à intercessão de Paulo VI, Papa entre 1963 e 1978.
A história passou-se nos Estados Unidos, em 2001, quando uma mãe no quinto mês de gravidez estava prestes a perder o bebé. A criança começou a perder o líquido do saco amniótico, o que levaria à morte ou ao seu nascimento com graves má-formações. Os médicos sugeriram o aborto, mas não conseguiram convencer a mãe.
A mulher seguiu o conselho de uma freira amiga da família e rezou a Paulo VI que intercedesse pelo filho. Nas semanas seguintes, o bebé melhorou notavelmente e nasceu de cesariana, no oitavo mês de gravidez. Desde então, a criança, que é hoje um adolescente de 13 anos, nunca mais teve problemas graves de saúde.
Em 2001, o acontecimento foi comunicado a Roma. O processo foi depois alvo de investigação científica por médicos crentes e não crentes, tendo sido, no passado dia 12 de Dezembro, confirmado o caracter inexplicável da cura.
A 18 de Fevereiro foram os teólogos da Congregação da Causa dos Santos que se pronunciaram favoravelmente.
Esta terça-feira, do consenso dos cardeais e bispo, chegou a aprovação definitiva do milagre, último passo do processo na Congregação.
Agora, só falta que o prefeito da Congregação para a Causa dos Santo, cardeal Angelo Amato, peça a promulgação do decreto de beatificação ao Papa Francisco e, assim, anunciar o dia em que Paulo VI será beatificado.
Espalhar a mensagem de Cristo
Giovanni Battista Montini, futuro Paulo VI, nasceu na região italiana de Brescia, em 1897. Entrou para o seminário em 1916 e foi ordenado sacerdote em 1920.
Durante muitos anos, trabalhou na Cúria Romana e foi nomeado secretário de Estado do Vaticano (uma espécie de primeiro-ministro daquele Estado) em 1944. Em 1954, o Papa Pio XII nomeou-o Arcebispo de Milão e, quatro anos depois, fê-lo cardeal.
Em 1963, foi eleito Papa, sucedendo a João XXIII. Escolheu o nome de Paulo para indicar que queria espalhar a mensagem de Cristo pelo mundo inteiro. Paulo VI visitou Portugal em 1967.
Montini cumpriu a tarefa de levar à Igreja e ao Mundo as novidades que o Concílio Vaticano II tinha introduzido.
Ficou conhecido pela sua pastoral em favor dos pobres e dos mais desfavorecidos, chamando a atenção para a África e América do Sul, bem como para as realidades operárias do ocidente.
Escreveu sete encíclicas, doze Exortações Apostólicas e inúmeras Cartas e Constituições Apostólicas. Morreu Agosto de 1978, tendo sido sucedido por João Paulo I, que haveria de falecer no mês seguinte.
O processo de beatificação teve início em 1993 e o reconhecimento das “virtudes heróicas” do Papa Montini foi promulgado por Bento XVI a 20 de Dezembro de 2012.