Tempo
|

“Tufão nas Filipinas parecia castigo de Deus, mas não foi”

23 mar, 2014 • Filipe d’Avillez

Fundação Ajuda à Igreja que Sofre está a angariar fundos para ajudar as vítimas do furacão Haiyan, que devastou as Filipinas em Novembro.  

“Tufão nas Filipinas parecia castigo de Deus, mas não foi”
Em 1755, quando Lisboa foi destruída por um terramoto, não faltou quem lesse nesse acontecimento um castigo de Deus.

Da mesma forma, quando enormes regiões das filipinas foram devastadas pelo super-tufão Haiyan, a reacção foi semelhante. Mas durou pouco, garante o arcebispo John Forrosuelo Du, responsável de uma das dioceses mais atingidas: “Até para mim foi a reacção imediata, Deus está a castigar-nos. Mas depois de algum tempo percebi que não, de facto é a forma de Deus nos mostrar todo o seu amor.”

“Depois do tufão vimos o poder do amor, as pessoas vieram para nos ajudar. O tufão aumentou os nossos horizontes, o nosso sentido de solidariedade e de fraternidade também aumentou”, refere o arcebispo.

Em Portugal a convite da fundação Ajuda à Igreja que Sofre, que está a recolher fundos para auxiliar os filipinos que tudo perderam com este desastre natural, o arcebispo explica o papel crucial da Igreja nos esforços de recuperação.

“A Igreja está a desempenhar um papel importante na reabilitação e recuperação. Mesmo as igrejas e capelas destruídas tornaram-se centros de distribuição de bens, funcionários da Igreja estão a trabalhar com o povo, dando-lhes esperança. Sobretudo os religiosos estão a ajudar as vítimas a ultrapassar os seus traumas e a dar-lhes apoio psicológico e social.”

A diocese de Palo é onde se encontra a cidade de Tacloban, totalmente arrasada, que se tornou a imagem por excelência do poder destrutivo da natureza.

A entrevista ao arcebispo John Forrosuelo Du será transmitida no programa "Princípio e Fim", que vai para o ar domingo a partir das 23h30.