Quaresma é tempo de autodisciplina e de renúncia por amor

A Quaresma é um tempo propício para a autodisciplina e para a renúncia por amor, consideram o bispo D. Nuno Brás e o juiz Pedro Vaz Patto.

O bispo auxiliar de Lisboa fala da importância destes 40 dias que antecedem a Páscoa, como forma de os fiéis se lembrarem que não são o centro do mundo: “No fundo é o que está sempre por baixo do pecado, o pecado é quando nos colocamos no lugar de Deus, achamos que somos o centro do mundo e que tudo gira à nossa volta. Pelo contrário, dependemos de Deus e o Papa cita mesmo esta frase: ‘Só há uma verdadeira miséria, é não viver como filhos de Deus e irmãos de Cristo’”.

Durante a quaresma os cristãos são convidados de forma especial a fazer jejum, abstinência, oração e dar esmola. Para além do valor destes actos por si, são também formas de reforçar a autodisciplina: “Vivemos num tempo de pouca disciplina. É importante perceber que ninguém consegue progredir na vida cristã sem essa disciplina, não podemos rezar simplesmente quando nos apetece”.

Declarações de D. Nuno Brás para ampliar mais logo á noite no habitual debate sobre actualidade religiosa com o juiz Pedro Vaz Patto que lembra a importância das renúncias quaresmais. “Nas várias dioceses as pessoas são convidadas a uma renúncia, sempre com esta finalidade de amor ao próximo”

“A renúncia tem uma dimensão positiva, madre Teresa de Calcutá disse uma vez que a pobreza é amor antes de ser renúncia, portanto é uma renúncia por amor, não é renúncia pela renúncia. O Papa diz que é aquilo de que nos podemos privar para ajudar e enriquecer os outros com a nossa pobreza.”

Os comentários de D. Nuno Brás e de Pedro Vaz Patto foram feitos durante o debate de assuntos religiosos que vai para o ar na Renascença às 23h, na Edição da Noite.