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Patriarca ucraniano responsabiliza Presidente por mortes

18 fev, 2014

Esta noite a polícia começou a tentar desalojar os manifestantes que se encontram há meses na praça da Independência. O resultado, até agora, são 14 mortos confirmados, seis agentes da polícia e oito manifestantes.

Patriarca ucraniano responsabiliza Presidente por mortes
O Patriarca da Igreja Greco-católica da Ucrânia, Sviatoslav Shevchuck, responsabiliza o Presidente Yanukovich pela violência e as mortes que se registaram na noite desta terça-feira em Kiev.

Numa nota em que apela ao fim da violência, o Patriarca e líder da maior igreja oriental em comunhão com Roma foi claro: “Gostaria de sublinhar que aquele que tem o poder é inteiramente responsável pelo que está a acontecer no país.”

Shevchuk lamenta que os apelos pela paz que têm sido feitos pelas igrejas não tenham sido escutados: “Em nome de Deus condeno a violência e o desrespeito pelos direitos humanos e a vontade do povo”, escreve. “Peço a todos que ponham um fim imediato ao derramamento de sangue!”.

No fim do seu comunicado, o Patriarca ordena a que todas as igrejas greco-católicas toquem os seus sinos “nesta altura em que a Ucrânia está em perigo de fratricídio”.

Os problemas na Ucrânia começaram quando o presidente Yanukovich rompeu unilateralmente as negociações com a União Europeia aproximando-se política e economicamente da Rússia. Os manifestantes exigem o regresso a uma política centrada na adesão à UE e pedem a demissão de Yanukovich.

As divisões são agravadas por factores linguísticos, geográficos e religiosos. A maioria dos cidadãos que vivem no Leste do país falam russo, pertencem à Igreja Ortodoxa Russa e sentem-se próximos de Moscovo, enquanto os ocidentais tendem a falar ucraniano, ser fiéis da Igreja Ortodoxa da Ucrânia ou Católicos de rito bizantino e sentem-se mais próximos do Ocidente.

Esta noite a polícia começou a tentar desalojar os manifestantes que se encontram há meses na praça da Independência. O resultado, até agora, são 14 mortos confirmados, seis agentes da polícia e oito manifestantes.