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Diocese de Santarém investiga padre suspeito de abusos

06 dez, 2013

Diocese está em contacto com os familiares para dar “todo o apoio necessário” e “está disponível para colaborar em tudo com as instâncias civis”.

A Diocese de Santarém iniciou um "processo canónico" de averiguações a propósito de suspeitas sobre o pároco das paróquias de Golegã, Azinhaga e Pombalinho. Segundo a agência Lusa, o sacerdote foi acusado de abusos por uma rapariga de 12 anos.

“É a preocupação pelo bem de todas as pessoas que preside a esse processo. Estão a ser cumpridas todas as normas canónicas que dizem respeito a estes casos”, refere o padre Aníbal Manuel Vieira, vigário-geral da diocese, em comunicado divulgado quinta-feira da internet.

Segundo a nota oficial, a diocese está em contacto com os familiares para dar “todo o apoio necessário” e “está disponível para colaborar em tudo com as instâncias civis”, mostrando-se “próxima dos jovens e suas famílias e de toda a comunidade”.

O comunicado surge após notícias que davam conta de uma investigação da diocese a António Júlio Ferreira dos Santos, que deixou as paróquias de Golegã, Azinhaga e Pombalinho, embora o nome do padre em causa não seja referido na nota.

“O sacerdote encontra-se dispensado de todos os seus encargos. Tal não implica um juízo sobre a sua pessoa, ou sobre os factos, mas favorece a averiguação da verdade”, explica o mesmo texto.

A Conferência Episcopal Portuguesa divulgou em Abril de 2012 um conjunto de directrizes para o tratamento de eventuais casos de abusos sexual de menores, ocorridos na Igreja, destacando a necessidade de colaboração com autoridades.

A Renascença sabe que o caso está a ser investigado pela Polícia Judiciária, mas a investigação apenas começou depois da notícia se tornar pública na imprensa, através do comunicado da diocese, ou seja, a diocese não informou de imediato as autoridades civis. A GNR também confirma que não recebeu qualquer queixa, mas que remeteu a denúncia para o Ministério Público.

Nas directrizes adoptadas pela Conferência Episcopal Portuguesa para tratar eventuais casos de abusos sexuais lê-se: "Ao serviço da humanidade, sem procurar servir-se a si mesma, cada pessoa jurídica canónica cooperará com a sociedade e com as respetivas autoridades civis; tomará em atenção todas as indicações que lhe cheguem e responderá com transparência e prontidão às autoridades competentes em qualquer situação relacionada com abuso de menores, na salvaguarda dos direitos das pessoas, incluindo o seu bom nome e o princípio da presunção de inocência."