Tempo
|

Carne de porco servida a muçulmanos em prisões inglesas

30 set, 2013

Reclusos pedem indemnizações ao Estado inglês por violação dos seus direitos humanos. Carne de porco só foi detectada por causa das análises feitas durante o escândalo da carne de cavalo.

Pelo menos 186 reclusos ingleses muçulmanos apresentaram queixa contra o Estado inglês por lhes ter servido carne de porco nas refeições prisionais durante o ano passado, informa o jornal inglês “The Daily Telegraph”.

Os muçulmanos, tal como os judeus, não podem consumir carne de porco. A lei inglesa atribui a estes reclusos o direito à comida “halal”, no caso dos muçulmanos, nome dado aos alimentos que não violem as leis islâmicas.

Contudo, análises divulgadas na passada semana indicam que várias das refeições supostamente “halal” estavam contaminadas com carne de porco. Nalguns casos, a contaminação era de apenas 5%, mas noutras era entre 60 e 100%.

Os reclusos muçulmanos pedem indemnizações por violação dos seus direitos humanos, invocando o artigo 9º da Convenção Europeia dos Direitos do Homem, que protege a “liberdade de pensamento, consciência e religião”.

A notícia não podia ter surgido em pior altura para o Governo. Recentemente soube-se que nos últimos dois anos o ministério da Justiça teve de desembolsar cerca de 35 milhões de euros em compensações a reclusos. Tendo em conta que existem mais de 11 mil muçulmanos nas prisões britânicas, este incidente pode assumir dimensões complicadas para as autoridades.

O Ministério da Justiça garante que todos os casos vão ser atendidos e decididos com base no mérito.