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“Estamos longe de vencer o fundamentalismo”, diz Tony Blair

26 set, 2013

Ex-primeiro-ministro britânico dedica-se à promoção da moderação religiosa e de um posicionamento correcto da religião no espectro político.

O antigo primeiro-ministro britânico Tony Blair considera que o mundo está muito longe de conseguir derrotar o extremismo religioso.

A propósito do recente episódio no Quénia, em que um comando islamita tomou de assalto um centro comercial e matou dezenas de pessoas, Tony Blair falou hoje, numa entrevista à Sky News, da face mais negativa da ideologia fundamentalista.

“Este é um problema profundo e esta ideologia está a ser promovida a partir do Médio Oriente e de outros locais, em todo o mundo, e temo que estejamos muito longe de o conseguir vencer”, afirmou Blair, a partir da sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.

O antigo chefe do Governo de Londres distinguiu--se de muitos dos seus pares na política europeia ao afirmar-se publicamente cristão enquanto estava no poder e aodefender a importância de respeitar os valores religiosos na praça pública e na esfera política.

Depois de abandonar a política partidária, Blair converteu-se ao catolicismo e dedicou-se à promoção da moderação religiosa. “Uma das coisas em que trabalho agora, de forma apaixonada, é na necessidade de colocar a religião no seu devido lugar político e também de encorajar as pessoas religiosas a serem tolerantes e respeitosas daqueles que têm uma fé diferente”, afirmou.

Para Tony Blair, este tipo de formação é essencial para poder combater o problema a longo prazo: “Temos de perceber que, se não educarmos as pessoas no sentido da tolerância e do respeito e de uma abordagem aberta ao mundo, este cancro dos grupos terroristas vai continuar”.

“O problema com estas pessoas é que combatem sem hesitação, matam sem misericórdia e morrem sem arrependimento”, concluiu Blair.