17 mai, 2013 • Ecclesia
O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) lamenta a aprovação, pelo Parlamento, da possibilidade de co-adopção em uniões do mesmo sexo e sublinha que a Igreja entende que este não é um "direito" dos adultos.
O padre Manuel Morujão refere, em depoimento enviado à Agência Ecclesia, que "independentemente do resultado das votações que tiveram lugar na Assembleia da República, a Igreja reafirma, por motivos simplesmente antropológicos, que a adopção de uma criança não é um direito de qualquer pessoa adulta, solteira ou casada, heterossexual ou homossexual".
"Numa adopção trata-se de encontrar a família, nas melhores condições possíveis, para dar uns pais substitutivos dos pais biológicos que perderam ou que são incapazes de exercer a paternidade e a maternidade", assinala o porta-voz do episcopado.
O padre Morujão assinala que, "com todo o respeito pelas pessoas de qualquer identidade sexual, é patente que toda a criança, na sua evolução para o estado adulto, necessita da complementaridade da masculinidade e feminilidade que lhe dão, em primeiríssimo lugar, o pai e a mãe biológicos ou a família que os substitui”.
"Só um casal, constituído por uma mulher e um homem, tem a estrutura antropológica objectiva para a educação harmoniosa de uma criança", conclui o secretário da CEP.
O Parlamento aprovou esta sexta-feira na generalidade o projecto de lei do Partido Socialista que defende a co-adopção de crianças por parte de casais homossexuais. Segue-se agora a discussão na especialidade. O projecto de lei foi aprovado na generalidade com 99 votos a favor e 94 contra, além de nove abstenções.