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Fecho da linha de Cáceres desagrada autarca, espanhóis e sindicatos

03 ago, 2012

REFER toma a decisão na sequência de orientações estabelecidas pelo Plano Estratégico dos Transportes.

Fecho da linha de Cáceres desagrada autarca, espanhóis e sindicatos
Sem comboio... A população de Beirã, no concelho de Marvão, protesta contra a decisão da CP de suprimir os serviços regionais no ramal ferroviário de Cáceres. NUNO VEIGA/LUSA

O anúncio do fecho do ramal ferroviário de Cáceres, em Marvão, está a causar polémica. A partir do próximo dia 15 de Agosto, o comboio internacional Lusitânia Expresso vai mudar de trajecto, passando a circular pela linha da Beira Alta. 

Também os comboios de mercadorias vão deixar de fazer a ligação até Espanha.

O presidente da Câmara de Marvão, Vítor Frutuoso, considera que o Governo sempre fez tudo para que as pessoas não viajassem naquela linha: “Durante 30 anos parece que houve uma vontade de acabar com esta linha de caminho-de-ferro. Fizeram tudo para que as alternativas fossem na realidade funcionais”, lamenta.

O presidente da Câmara refere mesmo que  Espanha vê com muito maus olhos esta decisão da REFER. “É uma das vias de penetração na Europa, nomeadamente em Espanha, hoje pode servir para algum transporte de mercadorias que se ficar fechada os comboios de Sul terão de fazer um maior percurso, que terá o seu custo.”

A Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações considera mesmo que a economia local fica a perder com esta decisão da REFER. O presidente da FECTRANS afirma ainda que o interior do país fica mais isolado com este tipo de decisões.

Contactada pela Renascença, a REFER até não se mostrou disponível para prestar declarações.

Numa nota divulgada pela empresa, lê-se que este encerramento vem na sequência de orientações estabelecidas pelo Plano Estratégico dos Transportes.