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Vítor Gaspar apresenta livro que explica a crise às crianças

12 mai, 2012

“O défice é como um urso gordo e os mercados como abelhas desordeiras”. Ministro das Finanças não quis responder a perguntas para adultos.

Vítor Gaspar apresenta livro que explica a crise às crianças
O ministro das Finanças apresentou este sábado o livro "A Crise Explicada às Crianças", elogiando a diversidade de leituras que o livro permite. Escrito por João Miguel Tavares e ilustrado por Nuno Saraiva, o enredo inclui um urso gordo como metáfora para o défice e coloca umas abelhas empertigadas na pele dos mercados. De acordo com os autores, os argumentos presentes no livro são tão infantis como os que esquerda e direita têm usado na realidade.
Há duas visões diferentes: a de esquerda e a de direita. Numa, existe um urso gordo, na outra abelhas desordeiras. Foi este sábado à tarde, em Lisboa, na apresentação d’ “A crise explicada às crianças”, pelo ministro das Finanças, Vítor Gaspar.

O autor do livro é João Miguel Tavares e as ilustrações estiveram a cargo de Nuno Saraiva.

Vítor Gaspar fez a sinopse da história e gabou a imaginação do autor. Depois usou a sua para evitar entrar em política pura e dura.

"Cada um de nós pode ter várias versões e construir a sua própria história", afirmou, quando questionado sobre qual seria o seu papel no livro. Acrescentou que "a imaginação não tem qualquer limite" e esquivou-se a responder a mais perguntas.

"Não quero fazer mais comentários", afirmou e reiterou, quando questionado sobre a melhor maneira de explicar o desemprego às crianças ou sobre a opinião do primeiro-ministro sobre o desemprego, que Passos Coelho afirmou que tem que deixar de ser "para muita gente, como é ainda hoje em Portugal, um sinal negativo".

João Miguel Tavares (assumidamente de direita) diz esperar que, quando os seus filhos crescerem, este livro esteja remetido para uma "estante poeirenta" e a memória desta crise seja tão remota quanto lhe parece a intervenção do Fundo Monetário Internacional em Portugal em 1983.

Nuno Saraiva, o ilustrador, que se diz de esquerda, fez votos para que as crianças "não tenham medo dos mercados nem vejam o défice como um monstro".