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Presidente do Parlamento garante que "só o povo" a tira do lugar

16 mar, 2012 • Susana Martins e Paula Caeiro Varela

Assunção Esteves diz que as "emoções" são próprias em "combate de chefes" e garante que não colocou a demissão em cima da mesa.

Presidente do Parlamento garante que "só o povo" a tira do lugar

Assunção Esteves nega ter ameaçado demitir-se do cargo de presidente da Assembleia da República. Alguns relatos garantem que a segunda figura do Estado chegou a ameaçar sair, durante a reunião da conferência de líderes parlamentares que debateu esta quinta-feira os dois pedidos de comissão de inquérito sobre o BPN.

“Só o povo é que me vai tirar daqui ou quando eu me for embora no fim do mandato”, garante a presidente do Parlamento.

A discussão, muito acalorada, acabou no consenso em torno de uma proposta única de todas as bancadas. De viva voz, Assunção Esteves diz que as suas palavras na reunião não podem ser entendidas como ameaças de demissão.

“De maneira nenhuma. Ninguém pode dizer isso, porque não é verdade. Há uma coisa que pode levar a uma interpretação excessiva das emoções que há numa conferência de líderes, que é um 'combate de chefes', como já chamei, em tom de brincadeira.”

“O papel do presidente do Parlamento - e não é coisa de que os deputados não tenham consciência-  é de chamar a atenção dos deputados para a memória do contrato social e eleitoral”, disse Assunção Esteves, sublinhando que a Assembleia tem “um contrato com o povo e todas as decisões têm de ser tomadas na perspectiva da interpretação que o povo faz delas”.

“É um apelo de racionalidade que me cabe fazer em toda a linha e permanentemente no Parlamento”, frisa.

A presidente da Assembleia garante ainda que nunca será pressionável: ”Há sempre pressões emocionais, as outras não há. Se as sentisse, era o mesmo. Eu nunca serei pressionável aqui. É um juramento que fiz a mim própria, por isso, essa questão, para mim, não se põe nunca”.