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Passos Coelho. Há “uma avaliação mais positiva do funcionamento” da Justiça

29 ago, 2015

Primeiro-ministro responde à polémica aberta este sábado, entre PSD e PS, sobre casos de justiça.

Passos Coelho. Há “uma avaliação mais positiva do funcionamento” da Justiça

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, recusou-se, este sábado,  a comentar "casos de justiça," mas disse estar convicto que, face ao clima que se vive no país, há uma avaliação "mais positiva" dos portugueses sobre os órgãos judiciais.

Confrontado com as declarações do eurodeputado social-democrata Paulo Rangel, que, na Universidade de Verão do PSD, elogiou o "ataque sério e consistente" feito nos últimos tempos à corrupção e "promiscuidade, Passos Coelho declarou: "Creio que o doutor Paulo Rangel se estava a referir, no essencial, ao clima que se vive e que não decorreu apenas de medidas que tivessem sido tomadas por este Governo, mas que tem permitido que os cidadãos avaliem o funcionamento da justiça de uma forma mais positiva do que no passado".

Falando aos jornalistas, à margem da visita que efectuou à Agrival, em Penafiel, o chefe do Governo disse esperar que o eurodeputado tenha razão e que, "realmente, as pessoas possam acumular uma expectativa positiva sobre o funcionamento dos nossos mecanismos judiciais, porque as sociedades de maior confiança são aquelas que geram mais prosperidade".

Sem se referir a casos concretos, Passos Coelho acrescentou que "o Governo tem dado um contributo para que o sistema judicial possa funcionar, não apenas em condições de liberdade, como é sempre desejável que aconteça, mas também de eficácia e eficiência".

"Tenho uma grande confiança nas nossas instituições públicas e também na justiça", observou aos jornalistas, insistindo haver hoje "uma avaliação mais positiva do funcionamento dos órgãos judiciais".

"Isso deve deixar, com certeza, os profissionais das profissões jurídicas e judiciais mais satisfeitos, mas sobretudo o país", concluiu.

Hoje, na Universidade de Verão do PSD, o eurodeputado social-democrata Paulo Rangel questionou se "alguém acredita que se os socialistas estivessem no poder haveria um primeiro-ministro sob investigação" [José Sócrates] ou "o maior banqueiro estaria sob investigação" [Ricardo Salgado].

O eurodeputado do PS Francisco Assis acusou o PSD de estar a fazer "uma tentativa clara de partidarização da justiça", exigindo a Pedro Passos Coelho que clarifique se se reconhece nas declarações de Paulo Rangel.

Francisco Assis considerou que são "declarações de uma gravidade extrema e significam uma clara operação de partidarização do sistema judicial", exigindo ao líder do PSD e primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, que clarifique "perante o país se se reconhece nestas declarações e neste estilo de campanha eleitoral ou se pelo contrário censura esta forma de fazer política".