O ex-ministro socialista Armando Vara foi detido para interrogatório no âmbito da "Operação Marquês" por suspeita dos crimes de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais, informou a Procuradoria-Geral da República (PGR). A informação foi avançada pela TVI24 e confirmada pela
Renascença.
Armando Vara vai passar a noite no comando metropolitano da PSP, em Moscavide, onde deu entrada por volta das 18h00. Será ouvido esta sexta-feira no Tribunal Central de Instrução Criminal.
A operação de buscas, coordenada pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal e na qual participaram elementos do PSP e da Autoridade Tributária, decorreu em vários pontos do país, incluindo a residência de Armando Vara em Cascais. A PGR acrescenta que foram também realizadas buscas domiciliárias em instalações de sociedades e numa instituição bancária (segundo a Lusa será a sede da CGD).
De acordo com a PGR, na sequência das investigações em curso no âmbito da "Operação Marquês", "foi emitido um mandado de detenção fora de flagrante delito, para sujeição a interrogatório judicial, relativamente ao suspeito Armando Vara".
É no âmbito desta "Operação Marquês" que o antigo primeiro-ministro José Sócrates foi detido no aeroporto de Lisboa a 21 de Novembro de 2014 e está em prisão preventiva desde 25 de Novembro. Sócrates é suspeito dos crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção.
É actualmente o único arguido ainda em prisão preventiva no processo "Operação Marquês", depois de o empresário Carlos Santos Silva estar em prisão domiciliária, com pulseira eletrónica, desde o final de Maio.
Condenado noutro processo
O antigo governante, ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos e ex-vice-presidente do BCP Armando Vara foi condenado, em Setembro do ano passado, a uma pena de cinco anos de prisão efectiva, por três crimes de tráfico de influência, no âmbito do processo Face Oculta.
Vara aguarda neste momento o resultado do recurso que interpôs no Tribunal da Relação do Porto.
O caso está relacionado com uma alegada rede de corrupção que teria como objetivo o favorecimento do grupo empresarial de Manuel Godinho, nos negócios com empresas do setor empresarial do Estado e privadas.
Armando Vara tem 61 anos. Foi deputado pelo PS durante quatro legislaturas e chegou a vice-presidente do grupo parlamentar socialista.
A vitória de António Guterres nas legislativas de 1995 marcou a sua entrada para o Governo. Exerceu funções como secretário de Estado da Administração Interna até 1997 e depois foi secretário de Estado adjunto do ministro da Administração Interna, durante dois anos.
Após as eleições de 1999, chegou a ministro. Foi escolhido para ministro adjunto do primeiro-ministro, com os pelouros da Juventude, Toxicodependência e Comunicação Social. Em 2000 passou a ministro da Juventude e Desporto, mas demitiu-se meses depois na sequência de notícias sobre alegadas irregularidades cometidas pela Fundação para a Prevenção e Segurança, que fundara quando era secretário de Estado.
[Actualizado às 23h55]
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