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Governo e maioria PSD/CDS com cautelas sobre Grécia

29 jun, 2015 • Eunice Lourenço

Não estão previstas reuniões para analisar crise grega, mas o assunto estará no centro das preocupações.

Governo e maioria PSD/CDS com cautelas sobre Grécia
Segunda-feira é dia de reunião de coordenação política em São Bento e a Grécia estará, certamente, no centro das preocupações. Mas, por enquanto, não está convocada qualquer reunião extraordinária, ao contrário do que aconteceu noutros países.

Na Franca, haverá conselho de ministros, na Alemanha, a chanceler Angela Merkel convocou um encontro com a oposição e em Espanha, o chefe de Governo reúne-se com a comissão de assuntos económicos.

A palavra de ordem no Governo e na maioria é de silêncio e cautela. Os tempos são de incerteza e demasiada agitação aumenta o desassossego, justificou à Renascença uma fonte da maioria.

A estratégia é continuar a dizer, como a ministra das Finanças disse no fim do Eurogrupo de sábado, que Portugal tem reservas para aguentar a turbulência dos mercados que aí virá. Mas, na verdade, a preocupação tem vindo a aumentar à medida que a incerteza também aumenta.

Dentro do Executivo, havia a convicção de que seria possível um acordo de última hora, mas a surpresa do referendo grego deixou governantes e partidos sem saber bem o que dizer. E para não dizer nada que piore o cenário o melhor é silêncio de cautela. Afinal, a Europa e o euro estão a viver situações não previstas nos tratados.

As preocupações do Governo prendem-se sobretudo com os efeitos da crise grega no desempenho económico de Portugal. Os cofres cheios garantem que o país não terá problemas imediatos de financiamento, mas a instabilidade dos mercados e os aumento da desconfiança dos investidores podem comprometer o crescimento económico previsto pelo Governo para cumprir as metas que estabeleceu e desejado pelos partidos da coligação para ter esperança nos resultados eleitorais.