Emissão Renascença | Ouvir Online

António Costa promete "política contrária" ao FMI

18 mai, 2015

Líder socialista espera que o Governo não tenha tempo para praticar "actos irreversíveis e danosos para o futuro do país".

António Costa promete "política contrária" ao FMI

O líder do PS, António Costa, rejeita as recomendações do Fundo Monetário Internacional (FMI) e promete fazer uma "política contrária".

“Essas recomendações vão no sentido oposto à alternativa que nós propomos. Nós faremos uma política contrária, que permita alcançar os bons resultados que o país precisa”, declarou esta segunda-feira o candidato a primeiro-ministro.

À margem de um encontro com agentes da cultura, em Lisboa, António Costa defendeu que as políticas de austeridade dos últimos anos que o Governo e o FMI querem “continuar a prosseguir só têm dado maus resultados”.

“O que o relatório do FMI vem dizer é que depois de quatro anos de dose maciça de austeridade, que ainda este fim-de-semana o Governo festejou tão alegremente, com o aumento da carga fiscal, aumento do desemprego, recessão, com o aumento da pobreza, destruição de emprego, a descrença dos empresários nas oportunidades para investir, ao fim de quatro anos o FMI vem dizer que é preciso mais do mesmo e prosseguir a mesma política. Uma política que já provou em quatro anos não dar resultado, a única coisa que podemos saber é que não dará mais resultados se for prosseguida”, conclui o líder socialista.

O FMI considera que é preciso continuar a reduzir os funcionários públicos em Portugal. António Costa não concorda. Entende que o número de actual é suficiente, mas considera que o Estado perdeu competências que são possíveis recuperar com recurso à contratação de jovens desempregados.

“O cenário macroeconómico que serve de base à elaboração do nosso programa de Governo conclui que nós temos, neste momento, um nível adequado de funcionários. Pelo contrário, é necessário começar a reconstituir centros de competência que permitam reintroduzir no sector público muitas das capacidades técnicas que foi perdendo e que hoje vai recorrendo à contratação no sector privado, fragilizando a protecção do interesse público”, defende o candidato a primeiro-ministro.

Questionado sobre a privatização da TAP, António Costa criticou a actuação do ministro da Economia. “Sim, sim. O senhor ministro Pires de Lima inspira-nos a todos enorme confiança em cada acto de governação que pratica e, portanto, aguardamos pelo fim da história”, afirmou.

António Costa considera que o Governo está em “agonia” e numa “fúria de saber que tem muito pouco tempo para acabar de fazer as maldades que quer fazer ao país”.

“Esperemos que não haja tempo de praticarem actos irreversíveis, para garantir quanto à TAP, transportes públicos, sector das águas, quanto a sectores estratégicos para o futuro da nossa economia, não vão a tempo de praticarem actos irreversíveis e danosos para o futuro do país”, disse o secretário-geral do PS.