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Passos afina discurso para a campanha. Contas socialistas “fazem rir”

07 mai, 2015

Não fossem os “Parabéns a Você” e o jantar dos 40 anos do partido seria apenas uma noite num comício do PSD. Passos pôs em causa as respostas socialistas às dúvidas sociais-democratas e deixou várias “bicadas” pelo caminho.

Passos afina discurso para a campanha. Contas socialistas “fazem rir”
Portugal parece ter entrado em clima de campanha eleitoral. Na noite de quarta-feira, em Lisboa, o líder do PSD e primeiro-ministro acusou o PS de não fazer contas sérias.

“Perguntou o PSD: então, e o défice estrutural, como vai ser? [Resposta do PS] Ai, isso é muito complicado. E se apresentássemos nós um valor mais próximo da realidade podia não ser aceite e ser polémico e, portanto, preferimos não fazer a conta. Não dizemos qual o saldo, mas não se preocupem que vamos verificar as condições”, relatou Pedro Passos Coelho perante uma Aula Magna cheia e pintada de laranja.

“E dizem isto sem se rirem! Explicam isto assim. Acham que é uma conversa séria?”, avançou.

Passos Coelho discursava no jantar de encerramento das comemorações do 40º aniversário do PSD. Em 72 minutos de discurso, o líder do partido lançou o guião para a campanha eleitoral, contou a obra feita nestes quatro anos e disparou contra as propostas do PS.

“O que nunca ninguém resolveu em parte nenhuma do mundo, o Partido Socialista vai aqui resolver: pôr a economia a crescer sem criar dívida, distribuindo dinheiro por toda a gente. Quem é que acredita nisto? Eu não acredito. Do ponto de vista orçamental é arriscado e do ponto de vista do modelo do desenvolvimento económico é errado”, defendeu.

E, pelo meio, mais uma bicada: “Nunca ninguém disse que o Estado de Direito estava ameaçado. Nunca ninguém veio acusar o Governo de reagir mal com a comunicação social e de a querer pôr na ordem” – alusão aos Governos liderados por José Sócrates.

Na primeira fila, o desfile de antigos líderes, alguns dos quais presidenciáveis, como Marcelo Rebelo de Sousa, Santana Lopes e Durão Barroso. Mas também Manuela Ferreira Leite e Marques Mendes.

Elogios, esses, só para Barroso e o ausente Cavaco Silva. “Se conseguimos chegar onde conseguimos, não posso deixar também de referir o papel exemplar que foi desempenhado pelo Presidente da República. E tenho a certeza de que se o Governo não fosse do PSD, Cavaco Silva teria agido da mesma maneira”, disse Passos.

Não fossem os “Parabéns a Você” e poderia ter sido apenas uma noite num comício do PSD.