Emissão Renascença | Ouvir Online

As três vezes em que o autarca Costa atrapalhou o candidato Costa

31 mar, 2015 • Ricardo Vieira

Líder socialista vai renunciar à Câmara de Lisboa para se concentrar nas eleições legislativas. Para trás, ficam três episódios que a direita vai tentar não deixar cair no esquecimento.

As três vezes em que o autarca Costa atrapalhou o candidato Costa

Taxas para turistas, isenções ao Benfica e declarações perante investidores chineses foram episódios recentes do percurso político de António Costa. Em três ocasiões, a actividade do presidente da Câmara de Lisboa foi usada pelos partidos adversários do PS para pôr em causa o candidato a primeiro-ministro.

Em Novembro do ano passado, depois de bater António José Seguro nas primárias do PS, António Costa, enquanto autarca ("pele" que abandonará esta quarta-feira), anunciou uma nova taxa para os turistas que visitarem Lisboa.

A medida causou grande polémica e foi antecipada pelo ministro da Economia, no debate parlamentar em que Pires de Lima fez, em tom irónico, a célebre declaração das "taxas e taxinhas".

O segundo episódio em que o autarca atrapalhou o candidato a primeiro-ministro também envolveu taxas, mas desta vez urbanísticas.

A Câmara de Lisboa aprovou, em Fevereiro deste ano, uma isenção ao Sport Lisboa e Benfica, no valor global de 4,6 milhões de euros, com os votos contra da oposição PSD, CDS e PCP.

A decisão foi contestada pela presidente da assembleia municipal e aliada de Costa, Helena Roseta, e acabou por ser retirada, para reformulação, depois de mais de um mês de polémica na praça pública.     

O terceiro episódio também aconteceu em Fevereiro, quando o presidente da Câmara de Lisboa foi ao Casino da Póvoa do Varzim receber o prémio de personalidade do ano.

Perante uma plateia de investidores chineses, Costa declarou que o país está hoje "bastante diferente" do que estava há quatro anos, quando o PS era Governo.

A declaração quase passava despercebida aos holofotes mediáticos, mas foi divulgada dias depois pelo eurodeputado do CDS Nuno Melo.

O caso foi aproveitado pelos partidos do Governo e levou à saída de um fundador do PS, Alfredo Barroso.

António Costa foi obrigado a fazer contenção de danos. Disse que só quis "defender" o país perante investidores estrangeiros e enviou um SMS aos militantes socialistas a explicar as declarações.