PS reconhece derrota, mas não faz leituras nacionais

O Secretariado Nacional do PS reconhece que a coligação "Mudança", liderada pelos socialistas madeirenses, ficou aquém dos objetivos do partido nas eleições regionais da Madeira, mas recusou uma leitura nacional dos resultados do ato eleitoral.

Posições que foram assumidas por Porfírio Silva, membro da direcção nacional do PS, que saudou o líder do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, pela vitória eleitoral.

"Olhando para os resultados, é evidente que os nossos camaradas da Madeira não atingiram os resultados que eles esperavam e que nós também esperávamos. Nenhuma derrota, tal como nenhuma vitória é menor, mas a História demonstra, desde o 25 de Abril, que as eleições regionais são muito particulares e diferentes das eleições nacionais", sustentou Porfírio Silva.

Segundo o dirigente socialista, nas últimas décadas, o PS já perdeu eleições regionais na Madeira, mas, depois, ganhou no país; ou ganhou eleições regionais nos Açores, mas, depois, perdeu no conjunto do país.

"Portanto, não há relação nenhuma entre os dois tipos de eleições", alegou ainda Porfírio Silva.

Questionado se a direção nacional do PS conclui ter sido um erro estratégico os socialistas madeirenses se terem apresentado aos eleitores em coligação com outras pequenas forças políticas, Porfírio Silva reagiu: "Julgar a estratégia `a posteriori` é sempre relativamente fácil".

"Considero mesmo que aqueles que contribuíram para a proliferação de candidaturas, que favoreceu a maioria absoluta do PSD, agora entendam dirigir as suas críticas, principalmente, àqueles que tentaram juntar forças. Entendo mal essa reação. Mas os nossos camaradas da Madeira refletirão - todos nós refletiremos juntos - sobre o caminho que foi tomado. Confiamos que a democracia na Madeira vai ficar mais forte", advogou o membro do Secretariado Nacional do PS.

Perante os jornalistas, na sua declaração inicial, Porfírio Silva, saudou o líder do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, e disse que os socialistas, sempre que se apresentam a um ato eleitoral em qualquer ponto do país, "fazem-no invariavelmente com a intenção de apresentar uma alternativa democrática".

"Não atingimos os resultados ambicionados, não fomos os vencedores, mas faremos parte da solução para um novo ciclo democrático na Madeira. Nas últimas semanas, o líder do PSD/Madeira tem feito declarações que criaram a expetativa de que seja possível melhorar a qualidade da vida democrática e melhorar a relação e entendimento entre todos os partidos - isso seria bom não só para a Madeira, como em todo o país. Esperamos que essa promessa se concretize", acrescentou o membro do Secretariado Nacional do PS.