21 fev, 2015
A porta-voz do Bloco de Esquerda Catarina Martins critica a "submissão" do primeiro-ministro às políticas da troika, considerando que o Governo "envergonha" os portugueses, que é "mais alemão que os alemães" e representa "os interesses da Finança".
"Ganhou-se tempo, é preciso agora ganhar a política alternativa à austeridade. O governo português não quererá nunca servir outro dono que não seja a Finança", frisou Catarina Martins, num comício no Mercado Ferreira Borges, referindo-se ao prolongamento da assistência financeira à Grécia conseguido na sexta-feira num acordo com o Eurogrupo.
Afirmando estar a assistir "ao princípio do fim da austeridade", Catarina Martins sublinhou que o confronto actual na Europa "é entre o povo e a banca", porque os resgates financeiros em curso, nomeadamente na Grécia e em Portugal, "não serviram o interesse do povo".
"Há um Governo que nos envergonha mas há um país que não está derrotado. O Governo, esse sim, estará em breve derrotado. Hoje, na Europa, os governos não discutem todos a austeridade. No Eurogrupo já há confronto, há alternativas. E àqueles que apontavam o rotativismo como único caminho, o Syriza [vencedor das legislativas na Grécia] mostra que é possível estar no governo alguém que representa o povo", frisou a responsável do Bloco de Esquerda, no evento que contou com a participação do dirigente do Syriza Yiannis Bournous.
A Grécia e o Eurogrupo chegaram a acordo para a extensão do programa, mas algumas fontes afirmam que Portugal e Espanha tentaram impedir o entendimento. O Executivo português já desmentiu esta informação.