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É Portas que o diz: "Aquilo foi verdadeiramente um tiro ao Portas"

30 jan, 2015

Paulo Portas refere-se aos pedidos para a sua audição sobre o BES, para que se pronuncie sobre o relatório dos vistos “gold” e ainda às declarações da eurodeputada Ana Gomes sobre o caso dos submarinos.

É Portas que o diz: "Aquilo foi verdadeiramente um tiro ao Portas"
O vice-primeiro-ministro disse que assistiu na quinta-feira a "um verdadeiro tiro ao Portas", referindo-se aos pedidos feitos para ser ouvido sobre o BES, os vistos “gold” e às declarações de Ana Gomes sobre o caso dos submarinos.

"Eu como estou com gripe, ontem vi um bocadinho mais de televisão do que é costume, aquilo foi verdadeiramente um tiro ao Portas", disse à margem de um almoço que hoje decorreu na Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola.

O vice-primeiro-ministro referia-se aos pedidos que alguns partidos da oposição fizeram na quinta-feira para a sua audição no parlamento sobre o Banco Espírito Santo, ao efectuado pelo PS para que o governante se pronuncie sobre o relatório acerca dos vistos “gold”, elaborado pela Inspecção-geral da Administração Interna, e ainda às declarações da eurodeputada socialista Ana Gomes sobre o caso dos submarinos.

"Com toda a franqueza os tiros são todos ao lado, primeiro vieram dizer que eu tinha de ir à Comissão do BES. Eu estou para ir à comissão de inquérito sobre o Banco Espírito Santo desde o primeiro momento, foi a maioria do PSD-CDS/PP que propôs que eu fosse. Eu sempre fui a favor dessa comissão de inquérito e do apuramento da verdade", frisou.

Sobre os vistos, Paulo Portas frisou que sempre disse que a melhoria do regime seria feita ouvindo a oposição e reiterou: "É o que farei, irei ao parlamento explicar a melhoria do regime".

Quanto às declarações de Ana Gomes, Paulo Portas disse que a eurodeputada "voltou às suas obsessões" com as quais, afirmou, nada tem a ver. "Há uma única coisa que é importante que as pessoas saibam, ao contrário do que ela disse, enquanto fui ministro dos Negócios Estrangeiros as cartas rogatórias transmitidas ao ministério foram transmitidas às autoridades judiciais portuguesas no dia 24 de Junho de 2013, era eu ministro dos Negócios Estrangeiros, essa senhora é compulsivamente mentirosa", afirmou.

Quinta-feira marcada por vários ataques
O socialistas e os comunistas apelaram à ida de Paulo Portas à comissão do BES, depois de o antigo presidente executivo do BES Ricardo Salgado ter dito, numa carta endereçada à comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES, que se reuniu com o governante a 20 de maio de 2014 e por duas vezes com o Presidente da República para alertar Cavaco Silva sobre os "riscos sistémicos" envolvendo o Grupo Espírito Santo (GES) e o BES.

Já na Comissão parlamentar de Economia e Obras Públicas o PS pediu a presença de Paulo Portas, desta vez para se pronunciar sobre o relatório acerca dos vistos “gold” elaborado pela Inspeção-Geral da Administração Interna.

O deputado socialista Rui Paulo Figueiredo argumentou que "a auditoria feita pela Inspecção-geral da Administração Interna é absolutamente desastrosa para aquilo que foi a implementação deste programa", afirmando que "abundam expressões no relatório muito críticas sobre todo o funcionamento do processo dos vistos `gold` e também muito críticas para o grupo de acompanhamento técnico e político".

Por sua vez, a eurodeputada socialista Ana Gomes frisou que "há elementos que justificam uma investigação ao património de Paulo Portas", que como ministro da Defesa (2002 a 2005), teve um "papel relevante" no negócio da compra dos submarinos. Lembrou ainda que o caso foi arquivado pelo Ministério Público e que este considerou contudo "inviável, face à impossibilidade de reconstituição de todos os fluxos financeiros, recolher prova documental quanto ao destino de todas as quantias na medida em que não foi obtida resposta, nomeadamente, de carta rogatória enviada para as Bahamas". A eurodeputada pediu à Comissão Europeia para insistir junto das autoridades das Bahamas.