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PCP lamenta desvalorização da PT até ao "preço da uva mijona"

21 out, 2014

Jerónimo de Sousa lembra que esta "uma questão nacional", pois é "uma empresa estratégica".

PCP lamenta desvalorização da PT até ao "preço da uva mijona"
Jerónimo de Sousa considera inaceitável que o Governo fique a assistir à degradação do valor da empresa de telecomunicações PT, "para ser comprada ao preço da uva mijona", sem defender aquela "importante unidade produtiva". As acções da PT estavam a desvalorizar quase 9% cerca das 9h00 desta terça-feira, valendo menos de um euro (0,99 cêntimos). Na segunda-feira, as acções chegaram a estar em desvalorização de 28,75% e a cotar a 0,865 euros, o valor mais baixo de sempre.
O líder do PCP considera inaceitável que o Governo fique a assistir à degradação do valor da empresa de telecomunicações PT, "para ser comprada ao preço da uva mijona", sem defender aquela "importante unidade produtiva".

"Considerando a posição do Governo - de que é uma questão privada, como em relação ao BES [Banco Espírito Santo] e à banca comercial, e de não assumir que é uma questão e um imperativo nacionais -, [é necessário] uma intervenção que defendesse este património, impedindo a sua destruição paulatina. Estamos a assistir a uma destruição da PT para, mais tarde, ser comprada ao preço da uva mijona - passe o termo popular -, perdendo nós uma alavanca fundamental para o nosso desenvolvimento", disse Jerónima de Sousa, à margem de uma reunião com a Confederação Nacional Agricultura (CNA), na sede lisboeta do PCP.

As acções da PT - Portugal Telecom estavam a desvalorizar quase 9% cerca das 9h00 desta terça-feira, valendo menos de um euro (0,99 cêntimos), depois de terem registado uma queda de 10,05% no encerramento da sessão de segunda-feira da Bolsa. Na segunda-feira, as acções chegaram a estar em desvalorização de 28,75% e a cotar a 0,865 euros, o valor mais baixo de sempre.

"Consideramos que é inaceitável que o Governo se ponha à distância, a assistir à destruição desta importante unidade produtiva", afirmou Jerónimo de Sousa, acrescentando tratar-se de "uma questão nacional, uma empresa estratégica".

PS "parece que lavou a cara"
O secretário-geral do PCP afirmou que o PS permanece sem conseguir a "ruptura e mudança" de que Portugal precisa, nomeadamente no que toca à renegociação da dívida pública.

"Aquilo que o PS faz é avançar coisa nenhuma para além do debate. É paradigmático neste PS, que parece que lavou a cara, mas em termos de essência da política e problemas nacionais continua a não avançar proposta alguma de ruptura, de mudança, de posicionamento claro, particularmente em relação a esse condicionamento que hoje existe na sociedade portuguesa que é o grau e serviço da dívida", afirmou Jerónimo de Sousa, após um encontro com a
Confederação Nacional Agricultura (CNA), na sede comunista, em Lisboa.

Para o líder do PCP, "a posição e o conteúdo da proposta do PS, no essencial, já foi avançada há dois meses pela própria ministra das Finanças, disponível para debater".

Os socialistas apresentaram um projecto de resolução para "desencadear um processo parlamentar de audição pública" para identificar soluções para "o problema do endividamento", sem nunca falar em reestruturação ou renegociação da dívida pública.