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PGR ainda não recebeu pedido de esclarecimento de Passos Coelho

24 set, 2014

Existem dúvidas sobre os rendimentos que poderá ter recebido da Tecnoforma enquanto era deputado e não terá declarado.

Ainda não chegou à Procuradoria-geral da República qualquer pedido formal por parte do primeiro-ministro sobre o caso Tecnoforma.

O jornal “Público” de terça-feira avançava que Passos Coelho não exerceu funções de deputado com exclusividade, mas, no final do mandato, pediu que lhe fosse atribuído o subsídio de reintegração, reservado a deputados com exclusividade.

Perante a notícia, Passos Coelho afirmou, no mesmo dia, que ia solicitar à Procuradoria que investigue e esclareça se há ou não qualquer ilícito desde 1999 até ao presente, e que tiraria consequências daquilo que a Procuradoria concluir.

Contudo, fonte da PGR confirmou à Renascença que ainda não chegou qualquer pedido. 

O gabinete do primeiro-ministro confirmou à agência Lusa que o pedido de esclarecimento sobre as condições em que desempenhou o seu mandato de deputado ainda não foi entregue, mas deve seguir ainda esta quarta-feira.

O governante alega que não se recorda dos rendimentos que terá auferido há "16 , 17 ou 19 anos", e quer que o caso seja investigado mesmo que legalmente já tenha prescrito em termos criminais.

O caso rebentou na semana passada, quando a revista Sábado escreveu que durante três anos, entre 1997 e 1999, o primeiro-ministro trabalhou e foi remunerado mensalmente pela empresa Tecnoforma. O então deputado era, em simultâneo, presidente do Centro Português Para a Cooperação (CPPC), uma organização não-governamental ligada àquela empresa. O presidente da Tecnoforma, Fernando Madeira, confirmou na semana passada que Passos terá recebido cerca de cinco mil euros por mês nos três anos em que dirigiu o CPPC.