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Jerónimo convencido que rectificativo irá buscar dinheiro “a quem trabalha”

24 ago, 2014

PCP aguarda para ver que solução encontrará o Executivo para tapar o buraco orçamental mas acredita que “não vão buscar a banqueiros ou a capitalistas”.

Jerónimo convencido que rectificativo irá buscar dinheiro “a quem trabalha”

O secretário-geral do PCP diz não saber o que estará contemplado no orçamento rectificativo para 2014, mas acredita que o Governo não irá buscar dinheiro a banqueiros ou capitalistas e sim aos trabalhadores.

"Não sabemos o que vão incluir no rectificativo", no entanto, "sabemos que não vão buscar a banqueiros ou a capitalistas, mas sim a quem trabalha", salientou Jerónimo de Sousa.

Aos jornalistas disse que "pode não ser como o anunciado por algumas ´lebres de corrida´, alguns comentadores de serviço que anunciaram o aumento do IVA, mas há uma convicção forte [no PCP] que vão tentar através do orçamento rectificativo, para além dos cortes nos salários dos funcionários da função pública, contornar a questão da chamada CES, para atingir reformados e pensionistas".

Porém, "há uma coisa que sabemos: não vai ser para cortar nos dividendos, nos lucros, nas malfeitorias da banca do capital financeiro porque a esses acudiram imediatamente com 4.400 milhões de euros", segundo o secretário-geral do PCP.

Para os comunistas, é claro que o Governo vai "encontrar nos trabalhadores, nos pensionistas, ou nos pequenos e médios empresários a solução para tapar tantos buracos" ou para resolver resultados que ficaram aquém das metas.

Jerónimo de Sousa falava após um almoço, num piquenique, numa mata perto de Vialonga, Lisboa, uma iniciativa organizada pela concelhia do Partido Comunista Português e em que participaram dezenas de apoiantes.

O primeiro-ministro afirmou que o orçamento rectificativo não contempla matéria de natureza fiscal, referindo, no entanto, que serão precisos ajustamentos no orçamento e arrumar a despesa dentro do Estado.

Na próxima terça-feira o conselho de ministros reúne-se de forma extraordinária, para fazer a avaliação do impacto da decisão do Tribunal Constitucional e tomar decisões.

As declarações de Passos Coelho foram proferidas depois da insistência dos jornalistas para uma reacção do primeiro-ministro às afirmações do social-democrata Marques Mendes, que no seu comentário semanal na SIC, disse que a ministra das Finanças quer aumentar o IVA de 23 para 24% já em Outubro.

Jerónimo de Sousa salientou que "pode não ser sob a forma de impostos, mas será com certeza em mais encargos para quem trabalha, mais sacrifício e mais austeridade" ou com a componente de cortes nas componentes da saúde, educação ou protecção social.