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Alberto João Jardim, o político há mais tempo no poder desde 1910

10 jun, 2014

Presidente do Governo Regional da Madeira não vê a data não lhe diz “nada de especial” e recusa comparações com Salazar. "Enquanto o dr. Salazar estava numa posição ditatorial, eu estive sempre eleito pelo povo”, diz.

Alberto João Jardim, o político há mais tempo no poder desde 1910

O presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, é, a partir desta terça-feira, o político português com maior longevidade no poder desde 1910, com 36 anos e 85 dias de governação, mais um dia que Oliveira Salazar.

Jardim completa 13.310 dias de poder desde que assumiu a presidência do Governo Regional, a 17 de Março de 1978. Torna-se, assim, o político português há mais tempo em funções desde a instauração do regime republicano em Portugal.

Então, ao despedir-se dos leitores do Jornal da Madeira, de que foi director, escrevia na "Tribuna Livre" não ver na naquele dia de tomada de posse "qualquer sentido de triunfo pessoal", recordando o que já havia escrito na sua primeira crónica, a 29 de Outubro de 1974, segundo a qual "só se merece a vida quando ela é empenho permanente naquilo em que se acredita".

Esta longevidade assenta na sua nomeação como presidente do Governo Regional, sempre na sequência dos resultados de eleições para a Assembleia Legislativa, com Alberto João Jardim a vencer, desde 1976, dez eleições regionais consecutivas.

Segundo o governante madeirense a data de hoje não lhe diz "nada de especial", embora reconheça que tem de "agradecer à população" a confiança que nele depositou.

"Enquanto o dr. Salazar estava numa posição ditatorial, eu estive sempre eleito pelo povo. Estou mais legitimado que o dr. Salazar", disse Alberto João Jardim à agência Lusa.

Fundador do Estado Novo, António de Oliveira Salazar presidiu ao Governo de Portugal durante 36 anos e 84 dias, entre 5 de Julho de 1932 e 27 de Setembro de 1968.

Questionado como vê a forma como o país olha para a sua actividade política, Jardim responde ao seu jeito: "Portugal, dê atenção, ou não dê atenção, eu tenho é de resolver os problemas da Madeira".