Socialistas "contam cabeças" no Vimeiro

Até agora António José Seguro não fechou a porta ao congresso extraordinário e um sinal de que pode mesmo vir a convocá-lo já foi dado por dois secretários nacionais: João Proença e Francisco Assis defenderam publicamente o congresso como a melhor maneira de clarificar a situação.

Alguns apoiantes do líder prevêem que Seguro faça este sábado um longo discurso de vitimização, dê um murro na mesa e dê o peito às balas convocando mesmo as eleições directas e o congresso se não o fizer António Costa já prometeu avançar com uma proposta nesse sentido.

É aqui que entra a "contagem de cabeças", em que cada voto na comissão nacional conta mesmo. E Costa terá de reunir a maioria dos apoios deste órgão de direcção ou o apoio de metade das 20 federações distritais para seguir em frente. Tendo em conta que a facção de Costa tem cerca de 30% de assentos na comissão prevê-se um cenário, pelo menos, difícil para o presidente da Câmara de Lisboa.

Na última semana, as facções de Seguro e Costa multiplicaram-se em contactos para reunir apoios.

O clima de tensão foi subindo ao longo dos dias, de tal maneira que foi possível assistir nos corredores do Parlamento a discussões acaloradas entre deputados socialistas de uma e outra facção sobre a qualidade e número de apoiantes arregimentados.

A comissão nacional do PS reúne-se este sábado, no Vimeiro, para decidir se convoca eleições directas para a liderança e congresso extraordinário, após António Costa se ter disponibilizado na terça-feira para avançar para a liderança do partido.