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Jerónimo de Sousa

"Melhor contributo para natalidade seria demitir este Governo”

08 mar, 2014

"De falsidade se trata quando o actual Governo vem afirmar que irá avançar com medidas de apoio à natalidade. É a hipocrisia a reinar", sustenta.

O secretário-geral do PCP disse que "medidas de apoio à natalidade são hipocrisia a reinar", tendo defendido que o melhor contributo para a natalidade em Portugal seria demitir o Governo e convocar eleições.

"De falsidade se trata quando o actual Governo vem afirmar que irá avançar com medidas de apoio à natalidade. É a hipocrisia a reinar", disse este sábado Jerónimo de Sousa, tendo lembrado as "mais de 50 mil crianças que perderam o direito ao abono de família, só num mês", referindo-se ao período entre Dezembro de 2013 e Janeiro de 2014.

"Depois choram lágrimas de crocodilo", criticou o dirigente comunista, perante as cerca de 400 pessoas presentes no pavilhão desportivo de Alpiarça, onde participou no almoço comemorativo do Dia Internacional da Mulher.

"Hoje morre-se mais em Portugal do que nascem pessoas e isto resulta de políticas concretas deste Governo do PSD e do CDS", afirmou, tendo referido que "não há apoio à natalidade sem defender os valores da maternidade e da paternidade como função social expressa na Constituição da República, com a responsabilidade do Estado, das famílias e das entidades patronais assumindo a sua responsabilidade para com a renovação de gerações".

Jerónimo de Sousa disse ainda que "não há defesa da maternidade e da paternidade nas políticas laborais que comprometem PS, PSD e CDS, quando se defende o aumento e a desregulação dos horários de trabalho e a intensificação dos ritmos de trabalho que impedem os trabalhadores de ter tempo para os seus filhos".

O secretário-geral do PCP criticou ainda o que considerou ser demagogia em torno da natalidade. "Quando se nega o direito às mulheres de decidirem o momento e o número de filhos que desejam ter, quando há discriminação das jovens no acesso ao trabalho por decidirem engravidar, quando existem pressões para que não gozem as licenças de maternidade e paternidade, quando faltam vagas em creches públicas e crescem no privado, quando se corta nos apoios sociais", elencou.

"O melhor contributo à natalidade e à protecção da maternidade e da paternidade em Portugal seria demitir este Governo e convocar novas eleições dando a
palavra ao povo", advogou.