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“Troika” diz a deputados e parceiros que quer mais cortes salariais

26 fev, 2014 • Susana Madureira Martins e Ana Carrilho

Posição foi aplaudida pelo patronato, mas muito contestada pelas centrais sindicais e também pela Confederação do Comércio e Serviços. PSD defendeu que não são necessários mais cortes ao contrário do que dizem os relatórios da "troika".

A "troika" do Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia esteve reunida esta quarta-feira com os parceiros sociais, em mais um encontro no âmbito da penúltima avaliação ao programa de ajustamento e onde os técnicos defenderam a necessidade de uma ainda maior moderação salarial em Portugal.

A posição foi aplaudida pela Confederação Empresarial de Portugal (CIP), mas muito contestada pelas centrais sindicais e também pela Confederação do Comércio e Serviços (CCP).

Antes, o deputado do Bloco de Esquerda, Luís Fazenda, já tinha afirmado aos jornalistas que a “troika” quer mais cortes nos salários e nas pensões em Portugal. Segundo PCP e Bloco de Esquerda, os representantes da “troika”, que esta quarta-feira estiveram presentes na Assembleia da República, terão dito que Portugal não pode abrandar o ajustamento.

“É perceber que aquilo que o Governo português alega junto do Tribunal Salarial, de que agora está a apreciar o orçamento para 2014, que os cortes salariais na função pública, os cortes nas pensões, são temporários, na óptica da ‘troika’ são adquiridos e insuficientes. Portanto querem muito mais vincar essa necessidade da redução dos salários e das pensões”.

Já Miguel Frasquilho, do PSD, defendeu que não são necessários mais cortes ao contrário do que dizem os relatórios da ‘troika’: “Temos o entendimento que o ajustamento salarial, nomeadamente no sector privado, está praticamente concluído e que as exportações portuguesas têm revelado um dinamismo assinalável mesmo contra opiniões anteriores da troika e do FMI, que não se vieram a verificar, felizmente”.

“Portanto manifestámos essa discordância e dissemos que não compreendíamos porque é que essas conclusões, mesmo em face da realidade e dos números que mostram o contrário, continuam a constar dos relatórios da ‘troika’", referiu ainda o deputado social-democrata.

A "troika" terá também transmitido aos deputados que a forma de saída do ajustamento é uma decisão do Governo português e terá sinalizado que seria bom que existisse um entendimento alargado que inclua o PS.