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António Capucho

PSD "já não funciona como um partido democrático"

12 fev, 2014

É sem surpresa que o social-democrata reage à sua expulsão do partido. “Tenho um sentimento de pena que o partido tenha chegado ao que chegou”, admite à Renascença.

PSD "já não funciona como um partido democrático"
O social-democrata António Capucho considera que o PSD já não funciona como um partido democrático e que está a afastar-se da sua matriz de origem.

“Está cada vez mais afastado da matriz social-democrata com a política que é sancionada obedientemente pelos deputados e em geral pelas várias oligarquias. No fundo, o partido está encostado a várias oligarquias nos vários escalões”, afirma à Renascença o político expulso do partido.

Nestas declarações, ressalva que há “honrosas excepções” a esta descrição. “Há gente muito séria no PSD, mas no essencial já não funciona como um partido democrático”, acrescenta.

António Capucho foi expulso do partido por decisão do conselho de jurisdição nacional, na sequência de se ter candidatado, em 2013, à assembleia municipal de Sintra numa lista adversária à do PSD.

À Renascença, diz ter recebido a notícia “com naturalidade, embora confesse que tenho um sentimento de pena que o partido tenha chegado ao que chegou”.

A expulsão foi aprovada na terça-feira. António Capucho é militante do PSD desde 1974 e presidiu à Câmara de Cascais entre 2001 e 2011. Foi membro do Conselho de Estado, secretário de Estado, ministro, deputado e eurodeputado.

No PSD, ocupou cargos como os de secretário-geral, vice-presidente e líder parlamentar.

Os estatutos do PSD são omissos quanto à possibilidade de refiliação no partido de militantes que tenham sido expulsos e já houve casos de reingresso.