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Cavaco exclui hipótese de Governo de iniciativa presidencial

18 jul, 2013

Não faz qualquer sentido um Governo de iniciativa presidencial, uma vez que o Governo não responde politicamente perante o Presidente da República, considera Cavaco.

Cavaco exclui hipótese de Governo de iniciativa presidencial
Cavaco Silva excluiu, esta quinta-feira, a possibilidade de se vir a formar um Governo de iniciativa presidencial.

Em declarações à RTP, durante a visita às Ilhas Selvagens, o Presidente diz que essa é uma possibilidade que nem faz sentido: “É um plano que está totalmente excluído, porque desde 1982 com a revisão constitucional os Governos deixaram de responder politicamente perante o Presidente da República.”

“Se um Governo que passa na Assembleia não responde perante o Presidente mas só perante a Assembleia, então não faz qualquer sentido um Governo de iniciativa presidencial”, conclui o Presidente.

Ao longo desta semana os três principais partidos têm estado em negociações para tentar alcançar um acordo de salvação nacional. Até agora entreviam-se três possibilidades, um acordo entre os partidos que dê origem à formação de um Governo de consenso, eleições antecipadas ou um Governo de iniciativa presidencial.

Excluída a terceira hipótese e tendo em conta que o Presidente já disse que quer eleições em Julho de 2014, ganha mais peso a possibilidade de um Governo de consenso, dependendo para isso o acordo do Partido Socialista. O quinto dia de negociações não deu qualquer resultado positivo, mas PS, CDS e PSD têm até domingo para tentar um acordo.

Adversários do acordo
Na sua chegada às Selvagens o Presidente alertou ainda para a existência de “adversários” que tudo farão para pôr em causa o acordo tripartido, mas diz que acredita num final positivo.

“Existem adversários do acordo do compromisso de salvação nacional" que "tudo farão para que ele não se concretize e que não irão olhar a meios para que não se concretize", afirmou o chefe de Estado, em declarações aos jornalistas. Ainda assim, Cavaco Silva sublinhou "o sentido de responsabilidade que todos os partidos estão a demostrar" e "o seu empenho determinado na negociação, que é difícil”, afirmou.

Agora, Cavaco Silva aguarda os resultados, mas acredita que os partidos estão a dar uma lição aos portugueses. “Aguardo os resultados com serenidade e manifesto a minha confiança. Qualquer que seja o resultado, os partidos deram uma lição ao país de que é possível dialogar. Portugal precisa que os partidos trabalhem em conjunto.”