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Negociações podem avançar depois de recusa de PCP e BE

14 jul, 2013 • Eunice Lourenço

Insistência do PS em alargar negociações à esquerda irritou Belém.

As declarações de Jerónimo de Sousa e João Semedo podem ter desbloqueado o impasse e permitir agora um avanço nas conversas entre PS e a maioria que apoia o Governo.

Os socialistas insistiam em alargar as negociações para um acordo de salvação nacional ao PCP e ao Bloco de Esquerda, mas acabaram por ser estes partidos a dispensar as preocupações socialistas.

A insistência do PS causou, ao que a Renascença sabe, estranheza e mesmo irritação na Presidência da República. O Presidente ouviu, numa primeira fase, todos os partidos em pé de igualdade e a todos colocou a questão dos compromissos internacionais assumidos. PSD, PS e CDS manifestaram o seu empenho em honrar esses compromissos, PCP, Bloco e Os Verdes recusaram publicamente à saída de Belém.

Daí a estranheza em Belém pela insistência do PS em incluir três partidos que publicamente disseram e dizem que não estão disponíveis para cumprir os compromissos internacional do Estado português. E também a irritação pelo compasso de espera que esta insistência provocou num processo que o Presidente tinha avisado na sexta-feira que devia ser “muito curto.

Os socialistas recusaram falar em encontros ou reuniões formais enquanto esta questão não estivesse resolvida. Por isso, este sábado aconteceram apenas contactos informais entre os três partidos aos quais o Presidente pediu que chegassem a um acordo de salvação nacional para ultrapassar a crise política e garantir estabilidade a médio prazo. A participação de PCP e BE não era uma condição para haver negociações, mas António José Seguro queria que a exclusão destes dois partidos fosse claro que era por opção dos próprios.

Feita a clarificação por Jerónimo de Sousa e João Semedo, o PS ficou “surpreendido” e lamenta as declarações de ambos.

Fonte oficial do PS, em resposta à Renascença sobre se estas posições punham fim às preocupações de António José Seguro, em envolver os dois partidos disse que “estão no seu direito, mas atacar o PS é uma machadada nos diálogos à esquerda”.