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Durão exige clarificação política urgente a Portugal

03 jul, 2013

Comissão Europeia não exclui cenário de adiamento da oitava avaliação da “troika”, porta-voz prefire sublinhar que ainda é cedo para pensar nisso. Presidente do executivo comunitário apela a solução que garanta que sacrifícios dos portugueses não foram em vão.

Durão exige clarificação política urgente a Portugal
Não confirma o adiamento da próxima missão da troika nem o pagamento de novas tranches do empréstimo. Oficialmente, a Comissão Europeia reage com "extrema preocupação", pedindo "responsabilidade" a todos as forças políticas, para que não tenha sido "em vão" o esforço dos portugueses. É que afinal, sublinha Durão Barroso numa nota lida pelo porta-voz, Portugal já estava a recuperar.

O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, garante estar a acompanhar a crise política em Portugal “com preocupação" e espera uma clarificação da situação “o mais cedo possível”.

Numa declaração escrita, lida esta quarta-feira pelo porta-voz Olivier Bailly, Durão Barroso sublinha que, “a reacção inicial dos mercados mostra os óbvios riscos financeiros que a credibilidade recém-criada por Portugal enfrenta com a corrente instabilidade política”.

Em causa está o pedido de demissão do ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, líder do CDS-PP, parceiro de coligação do PSD no Governo.

“Esta situação delicada exige um grande sentido de responsabilidade por parte de todos os líderes e as forças políticas”, apela o presidente do executivo comunitário, sublinhando ser necessário garantir “que os sacrifícios que o povo português fez até agora não foram em vão”.

“Confiamos que a democracia portuguesa será capaz de encontrar uma solução”, termina a nota.

Hoje de manhã, um alto responsável do Eurogrupo admitiu que, se Portugal avançar para eleições antecipadas, a oitava missão da “troika”, prevista para 15 de Julho, pode ser adiada.

No “briefing” da Comissão Europeia, Olivier Bailly não excluiu o cenário, mas preferiu prefira sublinhar ser cedo para pensar na possibilidade.

“Ainda é muito cedo para especular sobre isso. Vamos monitorizar a situação de perto nos próximos dias, estamos a acompanhar a situação com todos os nossos parceiros e por agora não há mais comentários a fazer sobre isso”, afirmou o porta-voz o executivo comunitário.

Desde o início dos programas de ajustamento, as relações da “troika” com os países resgatados obedecem a uma lógica de ultimato.

Outra fonte europeia explica que, no caso português, a lógica é simples: a missão da “troika” está associada à necessidade de tomar decisões políticas e, sem um Governo em funções, essas decisões não podem ser tomadas, pelo que não faz sentido a deslocação a Portugal – o que, na prática, significa a suspensão da implementação do programa de ajustamento.