Crato considera “sensata” decisão de mudar data de exame em dia de greve

19 jun, 2013

Ministro confia no bom-senso dos sindicatos para que não haja mais greves aos exames e até admite que venham a faltar professores.

Antecipar o exame de Matemática para o dia 26 e contornar a greve geral de 27 de Junho “era a decisão mais sensata”. É desta forma que o ministro da Educação explica a mudança da data do exame dos alunos do 6º e 9º ano.

“Em relação ao dia 27 não está em causa um diálogo entre o Governo e os sindicatos da educação, não é isso. Há uma greve geral e, portanto, estão em causa os transportes, diversos fornecimentos, está em causa o trânsito – que naturalmente será difícil -, está em causa a abertura das escolas, os funcionários, a electricidade, está tudo em causa na escola. Na escola não são só os professores e um exame, tem toda essa parte da máquina e pensámos que seria muito arriscado e não defenderia os interesses dos alunos e iria criar uma instabilidade grande pensar fazer o exame nessa altura”, disse em entrevista à RTP.

Sobre a possibilidade dos sindicatos ainda marcarem uma nova greve, Nuno Crato diz “confiar que o bom senso prevaleça” e que não se coloque essa possibilidade.

O ministro da Educação esclareceu ainda que está prevista a repetição de exames para os casos em que se registaram incidentes no passado dia 17.

“Temos que ver caso a caso. É evidente que há uma sala de aula onde os exames não decorreram com a normalidade necessária porque havia alunos que entraram pela sala de aula ou partiram janelas, é evidente que nesse caso, se isso perturbou a realização normal da prova, esse exame vai ter que ser repensado. O júri nacional dos exames está já em cima dos assuntos e a decisão será o mais depressa possível”, refere.

Numa altura em que os sindicatos de professores estão em luta contra o aumento do horário de trabalho para as 40 horas e contra o regime de mobilidade especial, Nuno Crato faz as contas aos docentes: “Neste momento temos 600 professores com ‘horário zero’, cerca de seis mil professores pediram para se reformar”, o que quer dizer que até podem faltar professores num futuro próximo, confirma o governante.

Crato sublinhou ainda que está disponível para divulgar as gravações das reuniões mantidas com os sindicatos por forma a esclarecer dúvidas que têm vindo a público. O pedido foi feito pela Fenprof.