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França

Humorista e homossexual lideram marcha pelo casamento natural

11 jan, 2013

Apoio à redefinição do conceito natural de casamento tem diminuído nas sondagens. Esperam-se mais de 100 mil pessoas nas ruas de Paris, no Domingo.

Humorista e homossexual lideram marcha pelo casamento natural
Paris aguarda, no Domingo, uma das maiores manifestações da sua história. Mais de cem mil pessoas irão para a rua, vindas de todo o país, para defender o conceito tradicional de família e contestar os planos do Governo para legalizar o “casamento” entre homossexuais.

A marcha tem o apoio da Igreja Católica e das principais comunidades religiosas, incluindo judeus e muçulmanos, mas estas não estão a organizar nem a coordenar o evento. À cabeça da multidão estará uma dupla inesperada, uma humorista de 50 anos que usa o nome de palco “Frigide Barjot” e Xavier Bongibault, um jovem homossexual que tem feito campanha contra a redefinição do conceito natural de casamento como sendo entre um homem e uma mulher.

Questionada sobre se a Igreja Católica poderia tomar conta do movimento contra esta proposta, Barjot foi clara: “Se eu sou a Igreja Católica então o Vaticano vai ter de rever o seu código de direito canónico, porque eu não sou, nem estou pronta para me tornar bispa.”

A expressão do movimento contra a redefinição do casamento tem apanhado o Executivo de François Hollande de surpresa. Os socialistas têm uma maioria confortável no parlamento, mas estão alarmados com a dimensão dos protestos. Na última marcha participaram 100 mil pessoas, nesta espera-se que o número seja ultrapassado.

Também nas sondagens o apoio ao “casamento” homossexual está a decrescer. Quando o Governo anunciou os seus planos contava com 65% de apoio, mas agora a popularidade da medida conta com pouco mais de 50% nas sondagens.

Em resultado desta inversão da tendência o Governo já desistiu de aprovar também a possibilidade de procriação medicamente assistida para lésbicas, embora ainda esteja na proposta a possibilidade de adopção por “casais” homossexuais.

Em conferência de imprensa Frigide Barjot, cujo verdadeiro nome é Virginie Tellene, especificou que todos são bem-vindos na marcha mas que apenas serão aceites cartazes e faixas aprovadas pela organização. “Somos casamentófilos, não somos homófobos”, esclareceu a organizadora.